terça-feira, 29 de março de 2011

Justiça nega pedido de prisão contra suspeitos de matar irmãs em Cunha, SP


SÃO PAULO - A Justiça de São Paulo negou o pedido de prisão temporária solicitado pela polícia contra um suspeito da morte de Jocely Laurentina de Oliveira, de 16 anos, e Juliana Vania de Oliveira, de 15, segundo informou há pouco a delegada da Delegacia Seccional de Guaratinguetá, Sandra Vergal.


Os corpos das duas irmãs, que moravam na cidade de Cunha, foram encontrados nesta segunda-feira. A delegada afirmou que há dois suspeitos do crime, mas não deu detalhes de quem são. Um dos suspeitos, segundo a polícia, foragido da polícia e teria trabalhado como ajudante de pedreiro na casa da família.Segundo ela, na casa do pai de um deles foi encontrada uma arma. Contra o outro, Sandra Vergal não achou necessário pedir prisão.


A polícia agora espera conseguir mais provas para pedir novamente a prisão dos suspeitos. - Vamos colher mais provas, fazer perícia em veículos que podemos encontrar, ver se tem fios de cabelo na blusa delas e na do suspeito - disse a delegada. Sandra Vergal disse que a polícia ainda apura o que motivou o crime, mas afirmou que não há nenhum indício de que tenha sido latrocínio (roubo seguido de morte).


- Pode ser violência sexual, não está descartado, embora o médico legista não tenha visto (indícios) a olho nu. Pode ser ciúmes. Pode ser um sentimento assim - disse a delegada, que não esclareceu porque a polícia trabalha com a hipótese de ciúmes. De acordo com a delegada, a polícia levantou a hipótese de crime sexual pelo fato de as vítimas serem jovens e bonitas. Secreções dos corpos das irmãs vão ser analisadas pelo Instituto Médico Legal da capital paulista, para checar a possibilidade de crime sexual. A família das vítimas, segundo ela, não tem inimigos.


Sandra Vergal afirmou que é provável que a família das vítimas conheça os suspeitos e que o crime tenha sido cometido por mais de uma pessoa. - Foram seis tiros, as duas vítimas tiveram que andar muito. Elas devem ter sido colocadas em um carro e para serem colocadas devem ter reconhecido alguém, se não teriam relutado muito - disse a delegada. O pai das adolescentes, José de Oliveira, afirmou logo após o enterro das filhas que perdoa o criminoso.


Oliveira, que é católico, afirmou que as filhas deixarão muita saudade e que a família vai rezar para superar a perda. - Jesus diz para perdoar, por mais que a pessoa tenha cometido uma ofensa, tem de perdoar. Só espero que quem fez isso não faça de novo com outras pessoas - disse ele. Oliveira tinha três filhas. Agora, só resta uma: Betânia, de 17 anos, a mais velha. Betânia disse que sua família não tem ideia de quem cometeu o crime.


- Está nas mãos de Deus e da polícia - disse a jovem, a respeito das investigações sobre a morte das duas irmãs. Betânia completa 18 anos amanhã. A família tem esperança que a polícia vai descobrir o assassino.


- Elas eram muito boas. Eram alegres e divertidas. Não é fácil perder a família assim. Tem que prender, a pessoa tem de pagar - afirmou Cleber Teixeira dos Santos, de 18 anos, primo das meninas.


Moradores da cidade de Cunha pretendem fazer esta semana uma manifestação pedindo justiça, paz e segurança. O ato deve ocorrer na próxima quinta-feira, às 14h, no Alto do Cruzeiro. Os participantes devem levar flores em homenagem às irmãs.


- O promotor, o juiz, o comandante, o delegado não vivem aqui. A cidade está abandonada. Moro há 18 anos em Cunha e a violência começou de dois anos para cá - disse Dulce Maia, uma das organizadoras do ato. O enterro no cemitério da cidade contou com muitos jovens, a maioria amigos de escola das garotas. Mais de mil pessoas participaram do velório e do enterro.


Ana Flávia, apontada como a melhor amiga de Juliana estava aos prantos e sequer conseguia falar. As duas estudaram juntas desde a 5ª série. A irmã dela, Renata Cristina Campos, diz que a morte de Juliana deixou sua família insegura.


- A Ana Flávia pega o mesmo ônibus escolar que a Juliana pegava. Não estamos mais seguros - diz Renata. Os corpos de Josely e Juliana tinham evidências de violência sexual. Segundo a polícia, elas foram mortas a tiros. Josely levou dois tiros, Juliana quatro.



Um comentário:

  1. que justiça é essa hein!queria ver se fosse as filhas do juiz ou de um politico qualquer!!ta virando motivo de piada a justiça nesses país,ta virando bagunça!,umas meninas que tinham a vida toda pela frente,e são assassinadas,que mais eles querem para tomarem uma atitude!ta na cara oque aconteceu!queremos justiça!

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