sexta-feira, 20 de maio de 2011

Conheça a história das músicas que Paul McCartney vai tocar no Rio


RIO - As 34 músicas tocadas por Paul McCartney e banda em Santiago, Lima e, possivelmente, no Rio privilegiaram a fase dos Beatles, num total de 23 canções, com mais sete da banda Wings, formada após o fim dos Beatles e quatro da carreira solo. Entre as do Fab Four, Paul preferiu a segunda fase do grupo, de 1967, ano de "Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band" a 1970, do último álbum, "Let it be".

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Das sete da fase inicial, três foram singles de grande vendagem. "Day tripper", em parceria com John Lennon, foi a primeira da banda a falar de drogas na época em que o LSD estava surgindo na cena inglesa e americana. "Paperback writer" conta a batalha de um escritor para ser reconhecido.

"Yesterday" é o maior sucesso dele, regravado mais de 3 mil vezes, uma melodia que lhe surgiu num sonho e que teve o nome provisório de "Scrambled eggs". A letra nasceu durante uma viagem de carro de Lisboa ao Algarves para passar alguns dias com a namorada, a atriz Jane Asher. "All my loving" e "And I love her" são inspiradas em seu namoro com Jane (1964 - 1968).

"Drive my car" é um velho eufemismo para sexo. Paul tinha a música e criou a letra com John. A garota da letra foi inspirada em várias que eles conheceram em Los Angeles. "I've just seen a face" tem um acento do country americano com a história fictícia de uma mulher que ele viu e não conseguiu esquecer.

John e George são homenageados no show
Dezesseis canções são do período que vai de 1967 a 1970, período mais revolucionário e final da banda. Do histórico "Sgt Pepper's" ele toca a faixa-título no encerramento emendada com "The End", de "Abbey Road" (1969), para encerrar o show com o emblemático verso "And in the end, the love you take, is equal to the love you make".

Ainda de "Sgt. Pepper's..." "A day in the life", dele e de John, com citação de "Give peace a chance" no final, uma homenagem ao falecido parceiro. "Abbey Road" aparece ainda com "Something", homenagem ao autor, George Harrison, tocada no ukelele, instrumento que Harrison adorava.

O "Álbum branco" está contemplado com quatro músicas: "Blackbird" (inspirado no movimento dos direitos civis dos EUA. O pássaro negro seria uma mulher negra), "Ob-la-di Ob-la-da" (canção infantil), "Back in the USSR" (brincadeira com "Back In The USA" dos Beach Boys), "Helter skelter" (sobre montanha russa, precursora do heavy metal). Do último álbum, "Let it be" (1970), a faixa-título, sobre sua mãe, Mary, "I've got a feeling" (junção de duas canções, dele e de John, a de Paul fala de amor pela mulher Linda, a de Lennon sobre as dificuldades que passava na época) e "The Long And Winding Road" (sobre ele e Linda; a estrada era a de sua propriedade na Escócia).

"Eleanor Rigby", de "Revolver" (1966), fala da solidão de dois personagens, a mulher do título e o padre McKenzie.

Quatro canções foram singles: "Hello goodbye" é um jogo de palavras contrapondo contrários ("You say yes, I say no" etc.). "Lady Madonna" é um tributo às mulheres comuns, "Hey Jude" uma homenagem ao filho de John Lennon, Julian, na época em que John se separou de sua primeira mulher, Cynthia. "Get back" começou como uma canção contra os imigrantes asiáticos (tinha o verso "Don't want no pakistanis") mas ficou com uma conotação de extrema direita e foi mudada para a história de uma certa Loretta Martin e um tal Jojo.

As canções da fase solo privilegiam o período da banda Wings (1971 - 1981), formada após o fim dos Beatles. Cinco canções são do LP "Band on the run", de 1973, relançado no final do ano passado em versão remasterizada: "Jet", "Let me roll it", "1985", "Mrs. Vanderbilt" e a faixa-título. "Here today" homenageia Lennon, "Live and let die" foi tema do filme homônimo de James Bond. "Letting go" é do disco "Venus and Mars" (1975) do Wings e "Let'em in" do LP "Wings at the speed of sound" (1976). "Dance tonight" é de safra mais recente, o CD "Memory almost full", de 2005. Finalmente, do projeto paralelo Fireman, com o produtor Youth, "Sing the changes", do CD Electric Arguments (2008).


O Globo

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