segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mãe é muito diferente de pai


O título acima está no livro Quem Ama, Educa!, do escritor, psiquiatra e conferencista Içami Tiba. Lembrei dele depois que li sobre a bebê de sete meses que foi achada morta em um carro, em Novo Hamburgo, esquecida pelo pai no banco de trás do veículo. “Pais perdem os filhos em shoppings, praias, festas juninas. Mães não desgrudam os olhos dos pimpolhos”, era um destaque de uma página de livro.

Há 300 mil anos, a mulher é mãe
Tiba defende que são enormes as diferenças entre ser mãe e ser pai, e elas teriam “bases biopsicossocioantropológicas distintas”. O autor lembra que a mulher é mãe há mais de 300 mil anos, quando o encontro sexual era quase um estupro. Já o homem passou a conhecer a paternidade só há cerca de 12 mil anos, quando a mulher inventou a agricultura, e os seres humanos fixaram-se mais na terra. Desse modo, defende Tiba, é até natural que a mulher seja muito mais apta que o homem para cuidar das crianças. “Do jeito como os homens de hoje estão, se fosse função deles historicamente olhar os filhos, o mundo não chegaria a acabar, mas talvez diminuísse bastante, pois até hoje ainda há pais que, literalmente, perdem seus filhos. Ou se tivesse sido o homem o encarregado de olhar as crianças, como sempre foi a mulher, talvez hoje os pais não estivessem perdendo seus filhos pelo caminho…”.

Mãe sobrecarregada, pai folgado…
É claro que a antiga divisão de papéis sofreu muitas mudanças, mas ainda, segundo Tiba, ela insiste em se manter. O pai trabalha e, por isso, acredita que não precisa participar da educação das crianças, que segue sendo uma responsabilidade da mãe. Mesmo que a mãe trabalhe fora, ainda resiste em abandonar o que fez durante tanto tempo, e tem, em casa, o seu segundo emprego. Concluindo: os dois têm participação na manutenção desse cenário.
A mãe se sobrecarrega, o pai segue folgado. Uma pista para mudar isso, o escritor também dá: a mulher não precisa ser 100% mãe, poderia ser só 50% se a outra metade fosse complementada pelo pai ao assumir seu lugar na educação, já que ela também trabalha fora e traz fundamental ajuda econômica para a família. O homem tem muito a se desenvolver como pai, e a mulher que trabalha fora, também. Ela deve exercer outro tipo de papel como mãe e administrar a casa de um modo diferente. Mas como? Conto na próxima coluna.

E você, o que pensa disso?

Importante registrar que há também mães que já esqueceram os filhos no carro, que muito pai assume mais responsabilidade na educação do filho do que a mãe, mas não estamos falando do que, hoje, ainda é uma exceção. Estamos tratando de um cenário em que (ainda) se enquadra a maioria dos pais e mães. E para você, quais as principais diferenças entre os papéis de mãe e de pai hoje? O que já mudou e o que ainda precisa avançar para que melhoremos a educação de nossos filhos e a vida em família?

Fabiana Sparremberger


Meu Filho

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