quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Crianças que passam por situações traumáticas têm maior risco de desenvolver doenças crônicas quando adultas, mostra pesquisa


RIO - Crianças que foram abusadas, perderam um dos pais ou sofreram outras dificuldades, como abuso de drogas por um dos responsáveis em casa, podem ter maior risco de desenvolver doenças crônicas na vida futura, sugere um novo estudo. A pesquisa, com mais de 18 mil adultos de dez países, descobriu que aqueles que dizem ter enfrentado adversidades na infância tinham grande chances de desenvolver inúmeros problemas, como artrite, asma, diabetes e dor nas costas crônica, ou dor de cabeça.

O mesmo padrão foi visto entre pessoas que contaram ter sofrido de depressão, ansiedade ou outro problema de saúde psicológica antes dos 21 anos. A descoberta, relatada no "Archives of General Psychiatry", não prova que estresse sério na infância necessariamente gera uma saúde fragilizada. Mas há um número de razões para acreditar que os dois podem estar ligados, disse a coordenadora do estudo, Kate Scott, fisiologista e professora associada da Universidade de Otago, na Nova Zelândia:

- Experiências adversas tão cedo podem moldar o estilo de vida e o comportamento de uma pessoa.

Por exemplo, algumas pessoas podem fumar, beber ou comer exageradamente como uma forma de lidar com o estresse das experiências da infância, e suas memórias. Do mesmo modo, jovens com depressão ou outras desordens mentais podem aprender a usar o cigarro ou a bebida como uma automedicação.

- Os dois quadros podem influenciar, separadamente, comportamentos relacionados à saúde do indivíduo - afirmou.

Mas também é possível que uma situação estressante forte e que dura muito tempo no início da vida tenha mais efeitos biológicos diretos, de acordo com a especialista. Em momentos de estresse, o corpo libera "hormônios do estresse", como adrenalina e cortisol, o que funciona no curto prazo.

- Mas quando o estresse está acontecendo, assim como maus tratos que duram muito tempo na infância, então pode haver consequências do grande aumento dessas respostas hormonais.

A descoberta é baseada em entrevistas com 18.300 adultos de dez países, incluindo Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Japão e México.

O Globo

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