Balaad, Adale e Afgoye, no sul do país, estão em estado crítico. O órgão afirma que a ajuda que tem chegado à região nordeste da África é insuficiente, e que em um mês todo o Sul da Somália deverá estar imerso em crise
A crise de fome causada pela grave seca que atinge o nordeste da África se estendeu a mais três regiões do sul da Somália, informou nesta quarta-feira (3) a Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo a Unidade de Análise de Nutrição e Segurança Alimentar da Somália (FSNAU), as áreas de Balaad, Adale e Afgoye estão em situação crítica.
"Novos dados indicam que a prevalência de desnutrição aguda e mortalidade ultrapassaram o nível da fome nas áreas de Balaad e Adale, no Shabelle Medio, e no campo de refugiados internos de Afgoye e entre a comunidade de refugiados em Mogadishu", afirmou a FSNAU em comunicado emitido em Nairóbi.
No dia 20 de julho, a ONU decretou estado de crise de fome em duas regiões do sul da Somália, Bakool e Baixa Shabelle, algo inédito neste país durante os últimos 20 anos.
"Espera-se que a crise de fome se estenda por todas as regiões do sul (da Somália) nas próximas quatro a seis semanas. É provável que persista pelo menos até dezembro de 2011", diz o comunicado, assinado também pela organização americana Rede de Sistemas de Alarme Antecipado de Crise de fome (FEWS NET, na sigla em inglês).
Dezenas de milhares de mortes teriam sido causadas pela fome e desnutrição na região, segundo o documento, e a ONU apela para que mais ajuda seja enviada à região. Até o momento, o que se conseguiu em comida, bebida e outros produtos de necessidade básica não tem se mostrado suficiente.
"A resposta de ajuda humanitária continua sendo inadequada, devido em parte às restrições ao acesso (às zonas afetadas) e às dificuldades na ampliação de programas de assistência urgente, assim como à falta de fundos", afirma a ONU.
A região do Chifre da África está imersa em uma devastadora crise de fome que afeta mais de 11 milhões de pessoas em consequência da seca, o que, no caso da Somália, se vê agravada pelo conflito e pela falta de um governo efetivo no país. Números da ONU indicam que quase metade da população somali - cerca de 3,7 milhões de pessoas - sofre com a crise humanitária. 2,8 milhões desses somalis residem no sul.
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