quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Defensoria Pública do Rio pede exumação do corpo de Juan


Laudo de perita afastada pela Polícia Civil atesta que ossada é de uma menina

O defensor público Antônio Carlos de Oliveira solicitou à Justiça a exumação do corpo do menino Juan de Moraes, de 11 anos, morto em 20 junho durante uma suposta operação da Polícia Militar na comunidade Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Enterro de Juan é antecipado
O pedido da Defensoria Pública toma como base o laudo da perita legista Marilena Campos de Lima, que atesta que a ossada encontrada no dia 30 de junho, as margens do rio Botas, em Belford Roxo, é de uma menina.

Uma semana depois de confirmar que a ossada era de uma menina e não de Juan, a perita foi afastada pela Chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha. Na ocasião, Martha Rocha afirmou que o exame de DNA da ossada comprovou que o corpo era mesmo de Juan.

De acordo com o laudo da perita, "o cadáver é do sexo feminino, com altura de 1,45 m e idade entre 12 e 14 anos, com data provável da morte de mais ou menos 40 dias". A perita descreve que o crânio indica ser de uma pessoa muito jovem e os ossos do corpo, desde a cabeça ao quadril, apresentam "características que indicam tratar-se do sexo feminino".

A perita também ressalta que a mão, a única parte do corpo que estava inteira, apesar de apresentar estágio de putrefação, tem a cor de pele branca. No documento, ela afirma ainda que foram coletados para exame de DNA fragmentos da pela da mão, do osso da perna esquerda e dois dentes.

No documento encaminhado à Justiça, o defensor público Antônio Carlos afirma que a equipe do delegado Sérgio Henriques, diretor do Departamento de Polícia Técnica da Polícia Civil, teria "desprezado todo o trabalho da perita" do IML (Instituto Médico Legal) de Nova Iguaçu e "ignorado o material biológico coletado" por ela, porque no mesmo dia em que a ossada passou pela análise da legista, os peritos do IML do Rio colheram material biológico para outro exame de DNA.

O defensor atua como advogado de Edilberto Barros do Nascimento, um dos policiais militares acusados da morte do menino.

Enterro antecipado:
O corpo de Juan foi enterrado às 19h30 do dia 7 junho, na sepultura 336 do Cemitério Central de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e contou com forte aparato de segurança. Inicialmente, o enterro estava marcado para as 9h do dia seguinte.

R7

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