segunda-feira, 28 de junho de 2010

Banco de cordão umbilical chega a todas as regiões do país


A nona unidade foi inaugurada em Belém, no Pará

Com a inauguração nesta quinta-feira (24) de uma nova unidade em Belém, no Pará, todas as regiões do país passam a ser cobertas pela Rede BrasilCord (Rede de Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical).
Além dessa unidade, a nona no Brasil, o Ministério da Saúde afirma que outras quatro ainda serão instaladas. A ampliação da rede tem o objetivo de aumentar as chances de realização de transplantes de medula óssea.
Os bancos de sangue de cordão umbilical são uma alternativa para as pessoas que necessitam esse tipo de transplante. Esse procedimento é indicado para o tratamento de algumas leucemias, entre outras doenças. Isso porque o sangue do cordão é rico em células-tronco, que são capazes de se multiplicar e de formar uma nova medula.
Em 2000, apenas 10% dos transplantes de medula óssea eram realizados com doadores nacionais. Com a implantação da Rede BrasilCord, esse número saltou para 64%. Nesse mesmo período, o número de inscritos no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) foi de 12 mil para um milhão e 600 mil. A meta é atingir, até 2011, 13 bancos no país.
Segundo Luís Fernando Bouzas, diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do INCA e coordenador da Rede BrasilCord, a partir de agora o país vai se abastecer com o material genético das populações de todas as cinco regiões brasileiras.
- A intensa miscigenação étnica da população brasileira dificulta a localização nos registros de doadores voluntários existentes.
Para um transplante de medula óssea ser realizado, o paciente precisa ter compatibilidade genética com o doador. A chance de um paciente encontrar uma medula compatível é de uma em 100 mil.

Região Norte poderá desenvolver outros centros
De acordo com o Ministério da Saúde, o investimento médio no banco de sangue de Belém foi de R$ 3,5 milhões. A nova unidade tem capacidade para até 3.600 bolsas de sangue de cordão. A Fundação do Câncer administra financeiramente o projeto, que é implementado em parceria com o Inca (Instituto Nacional de Câncer).
Para Bouzas, a unidade no Pará poderá desenvolver tecnologicamente a região, porque servirá de base para novos centros realizarem transplantes.
Essa inovação também é ressaltada por Luiz Antonio Santini, diretor-geral do INCA.
- É um incremento para a infraestrutura local em pesquisa, além de enriquecer a rede com informações genéticas características dessa região do país.
Atualmente, outros oito bancos estão em funcionamento: quatro em São Paulo, um no Rio de Janeiro, um no Distrito Federal, um em Santa Catarina e um no Ceará.
Criada pelo Ministério da Saúde em 2004, a Rede BrasilCord prevê ainda a inauguração de bancos no Rio Grande do Sul, em Pernambuco e em Minas Gerais. A expectativa é armazenar, nos próximos anos, 65mil unidades de sangue de cordões umbilicais – quantidade considerada ideal para a demanda de transplantes no país, somada à colaboração dos doadores voluntários de medula.
O Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás apenas dos registros dos Estados Unidos (5 milhões de doadores) e da Alemanha (3 milhões de doadores).



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