Conclusão é do Projeto Atenção Brasil, uma pesquisa desenvolvida em 81 municípios brasileiros
Detentor dos maiores índices de qualidade de vida do país, o sul do Brasil acaba de ganhar um novo título: é a região onde crianças e adolescentes correm menos risco de desenvolver transtornos que afetem sua saúde mental e seu bem-estar.
A conclusão é do Projeto Atenção Brasil, uma pesquisa desenvolvida em 81 municípios brasileiros que investigou mais de 5,9 mil alunos dos ensinos Fundamental e Médio de escolas públicas e privadas.
Idealizado pelo Instituto Glia, especializado na área de Neurociências aplicadas à Educação, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e o Albert Einstein College of Medicine (EUA), entre outras entidades, o estudo foi divulgado durante o 3° Congresso Aprender Criança, encerrado no domingo em Ribeirão Preto (SP).
No Sul, o levantamento mostrou que apenas 10,8% das crianças e adolescentes têm chances de sofrer de algum tipo de doença mental. No Sudeste, o índice chega a 14,2% e nas demais regiões a 15%. Os sulistas também superaram a média nacional, de 12,7%.
A explicação para isso, segundo o neurologista da infância e adolescência e coordenador do projeto, Marco Antônio Arruda, pode estar em fatores socioeconômicos e culturais. De um lado, a região apresenta taxas de desigualdade social menores. De outro, o grau de instrução dos pais sulinos é um dos mais altos do Brasil.
— Não é possível dizer com exatidão por que o Sul ficou com o melhor índice, mas a pesquisa mostrou que a saúde mental está diretamente ligada com a qualidade de vida. Isso explica muita coisa — afirma Arruda.
No Rio Grande do Sul, conforme o doutor em Neurologia pela USP, três municípios fizeram parte do levantamento: Caxias do Sul, na Serra, Tupanciretã, na Região Central, e Taquara, no Vale do Paranhana. Embora capitais como Rio e São Paulo tenham sido incluídas, Porto Alegre ficou de fora. Não foram divulgados dados específicos por cidade ou Estado.
Em termos regionais, o Sul também apareceu como a região com o maior índice de crianças e adolescentes classificados como "irrequietos" e "agitados" por seus responsáveis. A característica foi apresentada por 31,1% dos estudantes, contra 28,4% no Sudeste e 23% nas demais regiões.
Para o coordenador de Saúde Mental Cláudio Meneghello Martins, do Centro de Estudos de Literatura e Psicanálise Cyro Martins, na Capital, o resultado deve ser visto com cuidado. O fato de serem consideradas mais inquietas não significa que as crianças sulinas sofram mais com transtorno de déficit de atenção, por exemplo. Às vezes, significa apenas que elas são crianças.
Juliana Bublitz
ZERO HORA
Detentor dos maiores índices de qualidade de vida do país, o sul do Brasil acaba de ganhar um novo título: é a região onde crianças e adolescentes correm menos risco de desenvolver transtornos que afetem sua saúde mental e seu bem-estar.
A conclusão é do Projeto Atenção Brasil, uma pesquisa desenvolvida em 81 municípios brasileiros que investigou mais de 5,9 mil alunos dos ensinos Fundamental e Médio de escolas públicas e privadas.
Idealizado pelo Instituto Glia, especializado na área de Neurociências aplicadas à Educação, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e o Albert Einstein College of Medicine (EUA), entre outras entidades, o estudo foi divulgado durante o 3° Congresso Aprender Criança, encerrado no domingo em Ribeirão Preto (SP).
No Sul, o levantamento mostrou que apenas 10,8% das crianças e adolescentes têm chances de sofrer de algum tipo de doença mental. No Sudeste, o índice chega a 14,2% e nas demais regiões a 15%. Os sulistas também superaram a média nacional, de 12,7%.
A explicação para isso, segundo o neurologista da infância e adolescência e coordenador do projeto, Marco Antônio Arruda, pode estar em fatores socioeconômicos e culturais. De um lado, a região apresenta taxas de desigualdade social menores. De outro, o grau de instrução dos pais sulinos é um dos mais altos do Brasil.
— Não é possível dizer com exatidão por que o Sul ficou com o melhor índice, mas a pesquisa mostrou que a saúde mental está diretamente ligada com a qualidade de vida. Isso explica muita coisa — afirma Arruda.
No Rio Grande do Sul, conforme o doutor em Neurologia pela USP, três municípios fizeram parte do levantamento: Caxias do Sul, na Serra, Tupanciretã, na Região Central, e Taquara, no Vale do Paranhana. Embora capitais como Rio e São Paulo tenham sido incluídas, Porto Alegre ficou de fora. Não foram divulgados dados específicos por cidade ou Estado.
Em termos regionais, o Sul também apareceu como a região com o maior índice de crianças e adolescentes classificados como "irrequietos" e "agitados" por seus responsáveis. A característica foi apresentada por 31,1% dos estudantes, contra 28,4% no Sudeste e 23% nas demais regiões.
Para o coordenador de Saúde Mental Cláudio Meneghello Martins, do Centro de Estudos de Literatura e Psicanálise Cyro Martins, na Capital, o resultado deve ser visto com cuidado. O fato de serem consideradas mais inquietas não significa que as crianças sulinas sofram mais com transtorno de déficit de atenção, por exemplo. Às vezes, significa apenas que elas são crianças.
Juliana Bublitz
ZERO HORA
Nenhum comentário:
Postar um comentário