segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Personalidade pode ser determinante na escolha da hora de ser mãe

Há, em média, uma diferença de dois anos entre a idade média do primeiro parto de mulheres com e sem alto nível de instrução - Stock Photos, divulgação /

Pesquisa britânica estudou cinco traços de personalidade
Até hoje, a sabedoria convencional e algumas pesquisas confirmavam que, quanto mais educada era a mulher, mais provável que ela adiasse o momento de se tornar mãe. Entretanto, um novo estudo sugere agora que o tipo de personalidade pode ser um determinante ainda mais poderoso que a escolaridade.
De acordo com um relatório do Instituto de Pesquisa Social e Econômica, do Reino Unido, a extroversão, as neuras e a amabilidade em excesso aceleram o desejo de uma mulher de ter um filho. Por outro lado, "pensar demais" e ter uma cabeça aberta são características associadas a protelar o nascimento do primeiro rebento.
No estudo, cinco traços de personalidade foram cruzados com a idade em que mais de 16 mil mulheres tiveram o primeiro filho. Lara Tavares, autora do estudo Quem atrasa a gravidez? Relacionamento entre fertilidade, educação e traços de personalidade usou dados do British Household Panel Survey (BHPS) coletados no decorrer dos últimos cinco anos.
Há, em média, uma diferença de dois anos entre a idade média do primeiro parto de mulheres com e sem alto nível de instrução. Os traços de personalidade ajudariam a explicar a diferença de tempo da maternidade entre mulheres de diferentes níveis de educação:
— A maioria dos estudos encontra evidência de uma relação positiva entre educação e idade no primeiro. Entretanto, os traços de personalidade influenciam tanto as decisões relativas à educação quanto à fertilidade. Em segundo lugar, mulheres mais educadas e com mente mais aberta, adiam severamente a hora da gravidez, e, assim, aumentam a idade média de dar à luz o primeiro filho no grupo de mulheres — explica a pesquisadora.
No mundo inteiro a idade em que as mulheres engravidam vem aumentando. Na Inglaterra e no País de Gales, a idade média do primeiro parto saltou de 25,2 anos, em 1980, para 30,2 anos em 2006, uma das mais altas na Europa.

Cada uma com suas características
De acordo com as categorizações do BHPS, a extroversão é caracterizada principalmente pela sociabilidade, com pessoas extrovertidas tendendo a ser falantes e assertivas. Pessoas amáveis, por exemplo, estão relacionadas à vontade do sujeito em ajudar os outros — sendo cuidadosos, cooperativos e gentis.
O estado "neurótico" indica a estabilidade emocional do sujeito, e está geralmente ligado à ansiedade, depressão e insegurança. Aquelas classificados como "muito pensantes" tendiam a seguir regras, serem confiáveis, bem-organizados e auto-disciplinadas. As mulheres de mente aberta tendiam a gostar de não terem amarras, de serem livres, não atreladas a pessoas, lugares ou obrigações — e podiam ser rebeldes.
— Pessoas de mente mais aberta podem ser menos vulneráveis à pressão social para ter filhos — diz a pesquisadora Lara — Pois pessoas que têm alto escore em abertura geralmente têm interesses vastos, e menos probabilidade de serem excessivamente orientadas em direção a formar uma família.
Consequentemente, podem valorizar mais suas carreiras e, assim, enfrentar maiores problemas psicológicos em uma gravidez. Taxas de fertilidade decrescentes estão associadas a uma transição para um modelo familiar individualista, caracterizado pelo auto-desenvolvimento, pela autonomia individual e pela igualdade entre os sexos.
Em outras palavras, é uma mudança de valores que resultou na atribuição de um peso maior às preferências individuais. Ou, para colocar de outro modo, à abertura.

Tradução: Fernanda Grabauska



MEU FILHO - ZERO HORA

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