Um surto de infecção hospitalar causado por uma superbactéria, resistente à maior parte de antibióticos disponíveis no mercado, provocou 18 mortes e é suspeito de contaminar 108 pacientes no Distrito Federal neste ano. Os casos são registrados em dez hospitais, públicos e particulares. Entre os pacientes contaminados há pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva e em leitos gerais.
Dado divulgado ontem pela Secretaria de Saúde do DF informa que em 1.º de outubro havia 58 casos de pacientes com infecção em tratamento no DF. O restante havia superado a infecção ou morrido - não necessariamente por problemas relacionados à bactéria. Até há três semanas, a maior parte dos casos estava concentrada em duas instituições: Hospital de Base e Hospital Santa Maria. De lá para cá, no entanto, a contaminação se espalhou para outras instituições.
"É um problema grave, estamos bastante preocupados", afirmou o gerente de tecnologia em serviços de saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Heder Murari Borba.
Superbactéria
Dado divulgado ontem pela Secretaria de Saúde do DF informa que em 1.º de outubro havia 58 casos de pacientes com infecção em tratamento no DF. O restante havia superado a infecção ou morrido - não necessariamente por problemas relacionados à bactéria. Até há três semanas, a maior parte dos casos estava concentrada em duas instituições: Hospital de Base e Hospital Santa Maria. De lá para cá, no entanto, a contaminação se espalhou para outras instituições.
"É um problema grave, estamos bastante preocupados", afirmou o gerente de tecnologia em serviços de saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Heder Murari Borba.
Superbactéria
O surto relacionado em Brasília não tem relação com a nova superbactéria, originária do Sul da Ásia e que provocou a primeira vítima em agosto, embora as duas tenham a mesma origem. São mutações de uma bactéria conhecida há tempos, a Klebsiella pneumoniae. "No caso do DF, ela passou a produzir uma enzima, que a torna resistente aos tratamentos comumente usados", disse Borba.
No Brasil, a mutação foi confirmada pela primeira vez em 2005, em um paciente de São Paulo. O segundo caso somente foi constatado em 2009, em uma pessoa de Londrina. Diante do aumento significativo do número de casos no DF, a Anvisa convocou um grupo de especialistas para discutir o assunto. Borba afirmou haver informações, ainda não oficialmente comunicadas à Anvisa, de que novos casos suspeitos da infecção estão sendo registrados em outros Estados.
A secretaria de Saúde afirmou que cirurgias continuam sendo feitas nos hospitais. As medidas de vigilância foram reforçadas e pacientes com suspeita da doença passaram a ser cuidados exclusivamente por um grupo reservado de profissionais.
Borba, no entanto, aconselha aos pacientes que procurem verificar com a Comissão de Infecção Hospitalar do hospital a existência ou não de casos suspeitos da infecção pela bactéria multirresistente. "Em caso positivo, se houver possibilidade de esperar, o melhor é adiar a operação."
A resistência de bactérias é um fenômeno provocado principalmente pelo abuso ou uso incorreto de antibióticos. "Vai havendo uma seleção", disse o gerente. Bactérias que entram em contato com quantidade insuficiente de medicamento capaz de matá-las acabam desenvolvendo mecanismos de proteção. Quando isso ocorre, as opções de tratamento se reduzem.
O problema é maior quando atinge pacientes que estão debilitados. Borba afirma ser indispensável que hospitais mantenham todas as medidas de segurança nos hospitais e usem de forma racional os antibióticos.
PARA LEMBRAR
OMS fez alerta no final de agosto
No final de agosto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) soou o alerta em relação a uma nova bactéria identificada em hospitais asiáticos e ingleses. A OMS apelou para que autoridades sanitárias de todo o mundo monitorassem a bactéria, altamente resistente aos antibióticos disponíveis no mercado. A OMS disse que governos deveriam limitar o acesso da população a antibióticos para tentar evitar o surgimento de novas superbactérias.
À época, o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, afirmou que a Rede Nacional de Resistência Microbiana estava atenta para um eventual aparecimento da superbactéria no Brasil.
No Brasil, a mutação foi confirmada pela primeira vez em 2005, em um paciente de São Paulo. O segundo caso somente foi constatado em 2009, em uma pessoa de Londrina. Diante do aumento significativo do número de casos no DF, a Anvisa convocou um grupo de especialistas para discutir o assunto. Borba afirmou haver informações, ainda não oficialmente comunicadas à Anvisa, de que novos casos suspeitos da infecção estão sendo registrados em outros Estados.
A secretaria de Saúde afirmou que cirurgias continuam sendo feitas nos hospitais. As medidas de vigilância foram reforçadas e pacientes com suspeita da doença passaram a ser cuidados exclusivamente por um grupo reservado de profissionais.
Borba, no entanto, aconselha aos pacientes que procurem verificar com a Comissão de Infecção Hospitalar do hospital a existência ou não de casos suspeitos da infecção pela bactéria multirresistente. "Em caso positivo, se houver possibilidade de esperar, o melhor é adiar a operação."
A resistência de bactérias é um fenômeno provocado principalmente pelo abuso ou uso incorreto de antibióticos. "Vai havendo uma seleção", disse o gerente. Bactérias que entram em contato com quantidade insuficiente de medicamento capaz de matá-las acabam desenvolvendo mecanismos de proteção. Quando isso ocorre, as opções de tratamento se reduzem.
O problema é maior quando atinge pacientes que estão debilitados. Borba afirma ser indispensável que hospitais mantenham todas as medidas de segurança nos hospitais e usem de forma racional os antibióticos.
PARA LEMBRAR
OMS fez alerta no final de agosto
No final de agosto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) soou o alerta em relação a uma nova bactéria identificada em hospitais asiáticos e ingleses. A OMS apelou para que autoridades sanitárias de todo o mundo monitorassem a bactéria, altamente resistente aos antibióticos disponíveis no mercado. A OMS disse que governos deveriam limitar o acesso da população a antibióticos para tentar evitar o surgimento de novas superbactérias.
À época, o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, afirmou que a Rede Nacional de Resistência Microbiana estava atenta para um eventual aparecimento da superbactéria no Brasil.
Lígia Formenti
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