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terça-feira, 5 de abril de 2011
Estudante de 19 anos é a nona vítima da dengue hemorrágica na cidade do Rio
Estado contabiliza 24 mortos pela doença apenas este ano
Rio - Falha no diagnóstico e negligência no atendimento podem ter causado a morte por dengue hemorrágica da estudante de Pedagogia oda UERJ Fernanda Cristina Freitas, 19 anos. Moradora da Barra, ela morreu na noite de sábado, no Hospital Barra D’Or, cerca de 12 horas após ter recebido alta do Hospital da Barra (antiga Clínica São Bernardo), onde médica afirmou que ela estava apenas com desidratação.
Esse ano, 8 óbitos por dengue já foram registrados pela Secretaria Municipal de Saúde na capital. O caso de Fernanda ainda não foi contabilizado oficialmente. Segundo o Barra D’Or, a jovem morreu 30 minutos após dar entrada, com dengue hemorrágica. Seu pai, o servidor estadual Ernani de Freitas, contou que ela começou a se sentir mal segunda-feira (28 de março), com febre.
Pouco depois das 17h do dia seguinte, Fernanda procurou o Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca. Embora o funcionamento fosse até 20h, a jovem foi informada de que não poderiam ser feitos exames laboratoriais no fim da tarde. Na quarta-feira, ainda com febre, ela foi ao hospital particular Prontocor, na Tijuca, onde a equipe disse que ela poderia estar com dengue, e recomendou hidratação e repouso em casa. Nos dois dias seguintes, ela pareceu estar melhor, e a febre desapareceu. Mas a queda de temperatura é justamente um dos sinais da evolução da dengue comum para a hemorrágica.
Na noite de sexta-feira, embora sem febre, começou a ter vômitos e dores de cabeça. Às 9h de sábado, foi ao Hospital da Barra e chegou a vomitar na recepção. A médica receitou dipirona, medicamentos para enjoo e hidratação oral, e a mandou de volta para casa, ao meio-dia, sem cogitar dengue. “Vi o estado dela. Estava muito debilitada. Insisti com a médica para que ficasse internada. Não adiantou”, relatou Ernani.
PARADAS CARDÍACAS
Na tarde de sábado, o quadro piorou: além do vômito, Fernanda tinha falta de ar, suor intenso, taquicardia e pulso baixo. Foi levada ao Barra D’Or à noite, os médicos aplicaram grande quantidade de soro na veia — tratamento indicado para dengue —, mas ela não resistiu a duas paradas cardíacas. Devido a seu estado grave, foi preciso coletar sangue duas vezes para exames.
O Hospital da Barra informou que após exames clínicos e laboratoriais, a paciente apresentava “quadro geral que não apontava sintoma grave de dengue, mas leve desidratação”. A nota diz que ela foi colocada em repouso, medicada e hidratada e que, como melhorou, foi liberada.
Vírus tipo 4 avança pelo País
O governo do estado de São Paulo confirmou o primeiro caso de dengue tipo 4 em São José do Rio Preto. Trata-se de uma mulher com menos de 40 anos que teve dengue clássica em março e já está curada. Até então, o estado tinha registrado transmissão dos vírus do tipo 1, 2 e 3. No Rio, os primeiros casos do tipo 4 foram confirmados no município de Niterói em 23 de março. Duas irmãs, de 21 e 22 anos, também foram curadas.
O Ministério da Saúde recomendou que as ações de combate ao Aedes aegypti continuem mesmo com o término do verão — o calor contínuo e a intensificação das chuvas em diversos estados favorecem a circulação do mosquito. O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, ressaltou que é preciso ficar atento ao surgimento dos primeiros sintomas da doença. Segundo o Ministério, até 26 de fevereiro, 155.613 brasileiros tiveram dengue.
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