sexta-feira, 8 de abril de 2011

Pais das trigêmeas tentaram abortar e autorizaram doação


SÃO PAULO - O casal de Curitiba que se negou a levar para casa uma das trigêmeas nascidas a partir de inseminação artificial buscou meios para abortar um dos bebês em outros países e chegou a assinar um documento no qual autorizava a doação de uma das meninas. As informações constam em despacho do desembargador Ruy Muggiati, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

Muggiati, relator do processo na 11º Câmara Cível do TJ-PR, negou o pedido da advogada do casal, Margareth Zanardini, que solicitava o contato da mãe com as crianças para amamentação. O voto de Muggiati foi seguido por unanimidade pelos outros relatores.

De acordo com informações do processo, no tratamento de inseminação artificial do casal, foram implantados quatro óvulos, dos quais três fertilizaram. Os pais manifestaram insatisfação com o resultados, pois planejavam ter apenas duas, das três meninas.

Segundo relatório de uma psicóloga, que embasa a decisão do desembargador, os pais das meninas buscaram formas de abortar fora do Brasil. Depois, ainda durante a gestação, eles firmaram documento permitindo a doação de uma das meninas. "Sendo assim, optamos por entrar em contato com o Conselho (Tutelar) para nos orientar na difícil situação, onde acreditamos que estes pais não possuem saúde mental para criar estas meninas", diz o relato da psicóloga.

Em fevereiro, com as crianças tendo poucos dias de vida, o casal manifestou a intenção de que uma das meninas fosse inserida em família substituta.

O relatório mostra que, durante toda a gravidez, os pais mostraram-se "irredutíveis" em relação à desvinculação afetiva.

- A família foi orientada pelo casal a não visitar os bebês na maternidade e acredita que o casal teve apenas duas filhas - diz o documento.



O Globo

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