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domingo, 3 de abril de 2011
Falta de estrutura do SUS causou a morte do bebê, diz médico
Segundo ele, transferência do recém-nascido foi impedida por uma lei
O médico responsável pelo pré-natal do bebê de 6,8 quilos que teve insuficiência respiratória, mas não pôde ser transferido para um hospital com UTI neonatal e morreu na madrugada de sábado, Cassius Gablo Schetko, reafirma que não deixou o quadro de saúde da criança piorar.
Segundo ele, desde o princípio tentou transferir Junior César Rodrigues Moreira para o Hospital de Santo Ângelo (único local onde havia leito disponível), mas uma lei impede o transporte de o recém-nascido em ambulâncias sem incubadoras e respiradores. Segundo Schetko, a falta de estrutura do SUS causou a morte do bebê.
— Sempre transportamos assim, não é o correto, mas a vida precisa ser preservada. Se fosse hoje eu não hesitaria, teria feito o transporte, mesmo com os riscos existentes. Chamaria os bombeiros, as autoridades, imprensa, mas faria o guri ser atendido. Não havia diferença entre o Junior ficar aqui ou na estrada recebendo oxigênio. Tentei salvar a vida do bebê.
"Era um inocente e agora ele está no céu"
Com essas palavras, a mãe do bebê de 6,8 quilos lembra do filho que sobreviveu apenas 14 horas após o parto.
— Junior nos deixou por causa da burocracia — resume a mãe em volta de alguns dos seus 11 filhos.
O velório e sepultamento aconteceram na tarde de ontem na comunidade Linha Faxinal, em Porto Xavier, na região noroeste do Estado, onde o pai Valdelir Soares Moreira, 35 anos, e a mãe Noemi de Fátima Duarte, 42 anos, trabalham como agricultores.
— Espero que ninguém mais passe por isso. Ser pobre é não ter vez na saúde — diz o pai.
ZERO HORA
Marcadores:
saúde infantil
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