Megaevento evidencia a degradação do mais célebre endereço de Brasília, já acossado pela desordem de ambulantes, prostituição e consumo de crack
Tablado de mobilizações populares históricas e cenário dos principais cartões-postais da Capital Federal, a Esplanada dos Ministérios se degrada sob os olhares das autoridades da República. Com 12 pistas e 290 metros de largura, a “avenida do poder” idealizada pelo urbanista Lucio Costa virou palco de competições esportivas e abriu suas portas para o submundo, abrigando usuários de drogas, pontos de prostituição, assaltos e homicídios.
Em plena luz do dia, vendedores de doces, frutas e pães, camelôs e até mesmo apontadores de jogo do bicho ocupam as fachadas da Esplanada. Sem receio de fiscalização, os ambulantes instalam bancas e barracas sobre as calçadas e anunciam seus produtos aos gritos, dando às ruelas entre os ministérios ares de feira livre. Servidores públicos com crachás no pescoço são flagrados a todo momento comprando produtos dos ambulantes irregulares.
Mas não é só a informalidade e o submundo que desalinham o Eixo Monumental. No último final de semana de maio, 466 caçambas de caminhão despejaram 7 mil metros cúbicos de terra sobre os gramados para dar corpo a uma pista de motocross. A construção da arena, patrocinada pela multinacional Red Bull, com direito a imensos morros para a exibição das acrobacias, deflagrou uma rebelião entre arquitetos e urbanistas. Os especialistas ficaram revoltados com as dimensões do evento, que atraiu cerca de 100 mil pessoas.
ZERO HORA
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