Vítima foi abordada por homem em escada da Estação Sacomã.Metrô diz que imagens flagraram ação; elas serão repassadas à polícia.
A autônoma Ana Claudia, de 34 anos, jamais pensou que após três anos utilizando o Metrô de São Paulo pudesse passar por uma experiência tão traumatizante. Na manhã de terça-feira (19), logo após chegar à Estação Sacomã, na Zona Sul da capital, ela relatou ter sido atacada por um homem a quem havia acabado de pedir informações. O suspeito chegou a tirar a parte inferior de sua roupa em uma escada escondida na estação. Ela conseguiu escapar – assim como o homem –, mas ainda teme que a situação se repita com outras mulheres.
O Metrô confirma o ato e diz que câmeras instaladas na estação registraram a ação. "As imagens serão disponibilizadas à autoridade policial, que conduzirá a investigação", diz a companhia, em nota.
Ana Claudia havia acabado de entrar na estação pela entrada da Rua Bom Pastor e procurou alguém para pedir informações sobre qual sentido pegar para ir até a Estação Ana Rosa. O homem apontou uma escada que fica ao lado do elevador para deficientes da estação. A autônoma contou ter subido quatro degraus antes de ser abordada pelo mesmo homem.
“Ele apontou para o local errado, essa escada é um local ermo, não tem passagem quase de ninguém, isso até os próprios funcionários me informaram. Ele subiu atrás de mim, segurou no meu braço, e já foi tirando a roupa dele. Ele ficou totalmente nu da cintura para baixo. Ele era bem grande, eu não sei se onde eu tirei forças para me soltar”, contou ela, que não quis ter seu sobrenome divulgado.
De acordo com a vítima, o trecho da escada não é visível para o restante da estação. Após se soltar pela primeira vez, o homem voltou a agarrá-la. “Quando eu me soltei, ele tirou da jaqueta não sei se uma faca, um canivete, e veio para cima de mim, segurou na gola da minha camisa. Eu ainda assim consegui sair dele, desci correndo as escadas gritando. Várias pessoas presenciaram meu desespero, outras pessoas até correram atrás dele, porque a gente viu ele passando direto do metrô para o terminal de ônibus, e não tinha nenhuma segurança no local para conseguir detê-lo.”
Tudo aconteceu por volta das 9h20. Ana Claudia foi encaminhada para a sala da segurança da estação, onde recebeu assistência e foi encaminhada para a Delegacia do Metropolitano, na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, para registrar a ocorrência.
Segundo Ana Claudia, os agentes de segurança afirmaram que não há monitoramento no local onde ocorreu o ataque. No boletim de ocorrência também consta que não foram registradas imagens dentro da estação - entretanto, o Metrô diz que foram feitas gravações do ocorrido.
Falta de segurança
A autônoma resolveu divulgar seu caso para que outras pessoas fiquem mais atentas e para que o Metrô tome alguma providência em relação à segurança na estação. “Se ele tentou comigo, se a vontade dele é essa, ele vai tentar com outras pessoas. Eu não aceito essa situação de passar uma propaganda na televisão de que a Estação Sacomã é uma das mais novas, mais modernas, totalmente segura, e acontecer um negócio desses”, disse ela.
“O próprio chefe de segurança do Metrô falou para mim que eu tive muita sorte, porque essa escada não tem vista para lugar nenhum e que se ele realmente tivesse sido mais ágil ou mais esperto, ele teria feito o que ele queria ali, com todo o tempo do mundo”, afirmou ela.
O caso foi registrado como ato obsceno, lesão corporal e ameaça. Ana Claudia chegou a ser encaminhada para o Instituto Médico-Legal (IML) para exame cautelar. Mesmo sem lesões aparentes, ela relatou sentir dores nesta quarta. “Eu estou totalmente destruída. Acordei com as pernas parecendo que levei muitos chutes, não sei se ele me chutou na hora. Os braços todos doloridos, a coluna parece que está fora do lugar, acho que eu devo ter feito uma força descomunal para conseguir escapar.”
A Polícia Civil busca testemunhas que possam ter visto o homem em outro local. Ele foi descrito pela vítima como um homem negro, com cerca de 1,85 metro, olhos e cabelos escuros e forte. No dia do crime, estava com uma calça clara e uma jaqueta marrom.
Em nota, o Metrô diz que "recomenda que qualquer comportamento inadequado percebido pelos passageiros seja imediatamente comunicado a um funcionário do Metrô para as providências cabíveis. Essa comunicação pode ser feita pessoalmente ou via SMS-Denúncia (7333-2252), que funciona 24h por dia". "O serviço SMS garante total anonimato aos denunciantes", completa.
Abusos
Em abril, uma supervisora de vendas de 26 anos disse ter sido vítima de violência sexual dentro de um vagão da Linha 2-Verde do Metrô, de acordo com boletim de ocorrência registrado no 78º Distrito Policial, nos Jardins. Ela seguia no sentido Vila Madalena quando teria ocorrido a agressão, entre as estações Paraíso e Brigadeiro. O Metrô afirmou não ter registrado nenhuma ocorrência contra “a dignidade sexual de usuário” na data.
Em reportagem publicado em abril deste ano, o G1 revelou que trens do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) registram, em média, seis ocorrências de atentado ao pudor por mês. São em média três casos por mês no Metrô e outros três nas seis linhas da CPTM.
Na época, o Metrô disse que seguranças uniformizados e à paisana circulam inclusive nos vagões para coibir atitudes irregulares.
G1
A autônoma Ana Claudia, de 34 anos, jamais pensou que após três anos utilizando o Metrô de São Paulo pudesse passar por uma experiência tão traumatizante. Na manhã de terça-feira (19), logo após chegar à Estação Sacomã, na Zona Sul da capital, ela relatou ter sido atacada por um homem a quem havia acabado de pedir informações. O suspeito chegou a tirar a parte inferior de sua roupa em uma escada escondida na estação. Ela conseguiu escapar – assim como o homem –, mas ainda teme que a situação se repita com outras mulheres.
O Metrô confirma o ato e diz que câmeras instaladas na estação registraram a ação. "As imagens serão disponibilizadas à autoridade policial, que conduzirá a investigação", diz a companhia, em nota.
Ana Claudia havia acabado de entrar na estação pela entrada da Rua Bom Pastor e procurou alguém para pedir informações sobre qual sentido pegar para ir até a Estação Ana Rosa. O homem apontou uma escada que fica ao lado do elevador para deficientes da estação. A autônoma contou ter subido quatro degraus antes de ser abordada pelo mesmo homem.
“Ele apontou para o local errado, essa escada é um local ermo, não tem passagem quase de ninguém, isso até os próprios funcionários me informaram. Ele subiu atrás de mim, segurou no meu braço, e já foi tirando a roupa dele. Ele ficou totalmente nu da cintura para baixo. Ele era bem grande, eu não sei se onde eu tirei forças para me soltar”, contou ela, que não quis ter seu sobrenome divulgado.
De acordo com a vítima, o trecho da escada não é visível para o restante da estação. Após se soltar pela primeira vez, o homem voltou a agarrá-la. “Quando eu me soltei, ele tirou da jaqueta não sei se uma faca, um canivete, e veio para cima de mim, segurou na gola da minha camisa. Eu ainda assim consegui sair dele, desci correndo as escadas gritando. Várias pessoas presenciaram meu desespero, outras pessoas até correram atrás dele, porque a gente viu ele passando direto do metrô para o terminal de ônibus, e não tinha nenhuma segurança no local para conseguir detê-lo.”
Tudo aconteceu por volta das 9h20. Ana Claudia foi encaminhada para a sala da segurança da estação, onde recebeu assistência e foi encaminhada para a Delegacia do Metropolitano, na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, para registrar a ocorrência.
Segundo Ana Claudia, os agentes de segurança afirmaram que não há monitoramento no local onde ocorreu o ataque. No boletim de ocorrência também consta que não foram registradas imagens dentro da estação - entretanto, o Metrô diz que foram feitas gravações do ocorrido.
Falta de segurança
A autônoma resolveu divulgar seu caso para que outras pessoas fiquem mais atentas e para que o Metrô tome alguma providência em relação à segurança na estação. “Se ele tentou comigo, se a vontade dele é essa, ele vai tentar com outras pessoas. Eu não aceito essa situação de passar uma propaganda na televisão de que a Estação Sacomã é uma das mais novas, mais modernas, totalmente segura, e acontecer um negócio desses”, disse ela.
“O próprio chefe de segurança do Metrô falou para mim que eu tive muita sorte, porque essa escada não tem vista para lugar nenhum e que se ele realmente tivesse sido mais ágil ou mais esperto, ele teria feito o que ele queria ali, com todo o tempo do mundo”, afirmou ela.
O caso foi registrado como ato obsceno, lesão corporal e ameaça. Ana Claudia chegou a ser encaminhada para o Instituto Médico-Legal (IML) para exame cautelar. Mesmo sem lesões aparentes, ela relatou sentir dores nesta quarta. “Eu estou totalmente destruída. Acordei com as pernas parecendo que levei muitos chutes, não sei se ele me chutou na hora. Os braços todos doloridos, a coluna parece que está fora do lugar, acho que eu devo ter feito uma força descomunal para conseguir escapar.”
A Polícia Civil busca testemunhas que possam ter visto o homem em outro local. Ele foi descrito pela vítima como um homem negro, com cerca de 1,85 metro, olhos e cabelos escuros e forte. No dia do crime, estava com uma calça clara e uma jaqueta marrom.
Em nota, o Metrô diz que "recomenda que qualquer comportamento inadequado percebido pelos passageiros seja imediatamente comunicado a um funcionário do Metrô para as providências cabíveis. Essa comunicação pode ser feita pessoalmente ou via SMS-Denúncia (7333-2252), que funciona 24h por dia". "O serviço SMS garante total anonimato aos denunciantes", completa.
Abusos
Em abril, uma supervisora de vendas de 26 anos disse ter sido vítima de violência sexual dentro de um vagão da Linha 2-Verde do Metrô, de acordo com boletim de ocorrência registrado no 78º Distrito Policial, nos Jardins. Ela seguia no sentido Vila Madalena quando teria ocorrido a agressão, entre as estações Paraíso e Brigadeiro. O Metrô afirmou não ter registrado nenhuma ocorrência contra “a dignidade sexual de usuário” na data.
Em reportagem publicado em abril deste ano, o G1 revelou que trens do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) registram, em média, seis ocorrências de atentado ao pudor por mês. São em média três casos por mês no Metrô e outros três nas seis linhas da CPTM.
Na época, o Metrô disse que seguranças uniformizados e à paisana circulam inclusive nos vagões para coibir atitudes irregulares.
G1
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