domingo, 28 de agosto de 2011

Furacão leva prefeito de NY a pedir à população para não sair de casa


O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, afirmou na noite deste sábado (27) que a hora de deixar a cidade para fugir da violência do furacão “Irene” “já passou” e que agora “se deve sair das ruas e permanecer em casa, longe das janelas ou em lugares seguros", como os refúgios preparados pelo governo dos Estado Unidos”.

A cidade, que parece vazia, começa a sentir efeitos da chegada da tormenta. Chove e venta fraco em NY na madrugada deste domingo (28). Ao menos um bairro, o Queens, já registrou falta de energia. Outros blecautes podem ocorrer em partes do sul de Manhattan nas próximas horas.

Bloomberg disse que foram tomadas nos últimos dias medidas exaustivas para se preparar para a chegada da tormenta. Ele afirmou que a maior cidade dos EUA também está em alerta para a possível formação de tornados.

O prefeito de NY fez de novo uma advertência aos nova-iorquinos que não seguiram as orientações das autoridades. “Nosso conselho é que permaneçam onde estão”, disse. Ele aconselhou a população a não sair à rua, permanecer no interior de suas casas e longe das janelas, encher as banheiras de água caso haja cortes de provisão e preparar-se para possíveis blecautes.

Bloomberg informou ainda que os prédios erguidos em áreas na rota do Irene já suspenderam o uso de elevadores. “O objetivo agora é que saiamos desta com o menor dano possível”, acrescentou o prefeito.

Nove mortes
O Furacão Irene atingiu a costa leste dos EUA na manhã deste sábado e causou a morte de ao menos nove pessoas, cancelamento de voos, fechamento de aeroportos e inundações, além de deixar mais de 1 milhão de americanos sem energia elétrica.

Classificado como de categoria 1 (de menor intensidade, em uma escala que vai até 5), o fenômeno tem ventos que atingem a velocidade de 140 km/h, de acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC, sigla em inglês) dos EUA. O Irene, no entanto, vem perdendo força e deve tocar o solo de NY enfraquecido.

Por causa do furacão, autoridades determinaram o fechamento dos aeroportos de NY a partir das 22h deste sábado (23h em Brasília). A decisão afeta o La Guardia, o John F. Kennedy International e o Newark. Até a noite deste sábado, mais de 6 mil voos tinham sido cancelados em todo o país.

O serviço de transporte público de Nova York também foi prejudicado, com a interrupção do funcionamento do metrô e da circulação de ônibus.
No Brasil, a TAM confirmou o cancelamento de três voos que iriam para NY e um que voltaria da cidade norte-americana para o país. Quatro voos programados para este domingo estão suspensos. A companhias Delta e American Airlines também cancelaram voos deste sábado e do domingo.

O estado da Carolina do Norte foi o primeiro a ser atingido pelo Irene nos Estados Unidos. Além de Nova York, Virgínia e Maryland também estão na rota do furacão.

Mortes
Até a noite deste sábado, somente nos EUA, o furacão causou a morte de, pelo menos, nove pessoas. Outras seis morreram no Caribe durante a passagem do Irene dias antes.

No estado da Carolina do Norte, onde o Irene tocou a terra às 7h30 do horário local (8h30 de Brasília), ao menos cinco pessoas morreram por causa do furacão. A primeira vítima foi um homem do condado de Nash County. Um galho de uma árvore de grande porte caiu sobre ele, enquanto a vítima caminhava do lado de fora de sua casa. No momento do acidente, os ventos na região alcançavam mais de 100 km/h.

A outra vítima, de acordo com a Divisão de Gerenciamento de Emergências, foi um homem não identificado de Onslow County, que sofreu um ataque cardíaco enquanto colocava placas de madeira sobre as janelas de sua casa. A terceira pessoa que morreu na Carolina do Norte foi vítima de um acidente de trânsito no condado de Pitt.

Segundo a rede de TV americana CNN, ainda na Carolina do Norte, uma árvore caiu sobre um carro, matando uma pessoa. A outra vítima no estado foi uma criança, que morreu após o carro em que ela estava ser atingido por outro em um cruzamento em que os semáforos não funcionavam.

No estado da Virgínia, o furacão fez três vítimas, entre elas um garoto de 11 anos que morreu após uma árvore cair no apartamento onde ele morava. O acidente aconteceu na tarde deste sábado.

Às 22h20, a rede de TV americana CNN afirmava que as outras duas pessoas que morreram na Virgínia também foram vítimas de acidentes com árvores. A nona vítima é um surfista de 55 anos que morreu após sofrer um ferimento durante as fortes ondas no mar da Flórida.

Emergência
Ao todo, sete estados dos EUA estão em emergência. Cerca de 2 milhões de pessoas foram orientadas a sair de casa, entre elas, o presidente norte-americano, Barack Obama, que interrompeu as férias na região neste sábado e se deslocou à sede da Agência Federal para a Gestão de Emergências (Fema) para acompanhar a passagem do furacão Irene.

Em Nova York, 370 mil deixaram suas casas para se proteger do furacão. No vizinho estado Nova Jersey, 1 milhão de pessoas foram retiradas da área costeira.

Ressaca 'extremanete' perigosa
Este é o primeiro ciclone que chega ao território dos EUA desde 2008, quando Ike tocou a terra em Galveston, no Texas. O Irene começou a dar seus primeiros sinais ainda nesta sexta-feira (26), quando o litoral da Carolina do Norte foi atingido por fortes ventos, chuvas torrenciais e ressaca.

Os meteorologistas recomendaram aos moradores que tomassem precauções porque a passagem do Irene causará ressaca extremamente perigosa, que deve elevar o nível de água entre dois e três metros acima da média.

Segundo o instituto, o Irene chegou a alcançar, nesta sexta, o nível 3 na escala Saffir-Simpson, com ventos a uma velocidade de 170 km/h, e chegou a possuir a mesma categoria do Katrina, o furacão que devastou Nova Orleans em 2005, deixando 1,7 mil mortos.

(*) Com informações das agências de notícias Efe, Reuters, AFP e Associated Press

G1

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