segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Time alerta para a situação das mulheres no Afeganistão e o risco do retorno do Talibã


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assumiu o cargo pressionado a retirar o mais rápido possível as tropas do país do Afeganistão e do Iraque – e acabar com as mortes de militares americanos. Os documentos sigilosos revelados pelo site Wikileaks dão outras razões para os EUA baterem em retirada: evitar novas ações militares desastrosas, com vítimas civis, e, claro, os escândalos e a crítica internacional.
Na edição desta semana, porém, a revista Time defende que os Estados Unidos mantenham sua presença no Afeganistão e vejam com suspeita a possibilidade de diálogo com o Talibã, aberta pelo presidente Hamid Karzai. Se as tropas americanas saírem, as mulheres do país podem sofrer – ainda mais.
Para defender sua posição, a revista publica, em sua capa, uma foto chocante da afegã Bibi Aisha, de 18 anos. O Talibã extirpou o nariz e as orelhas da jovem como punição à sua tentativa de fugir de casa, de uma família que a maltratava. Aisha quer que todos vejam os possíveis efeitos da volta do Talibã ao poder.
A reportagem, escrita por Aryn Baker, mostra o avanço dos direitos das mulheres no Afeganistão depois da entrada dos Estados Unidos e o medo delas de perder esse espaço que, embora precário, é um progresso em relação aos tempos anteriores.
Richard Stengel, diretor de redação da Time, diz que ponderou antes de colocar a imagem na capa e pede desculpa aos leitores que a considerarem forte demais. “Mas coisas ruins acontecem com as pessoas, e é parte do nosso trabalho confrontar essa realidade e explicá-la. No fim, senti que essa imagem é uma janela para a realidade, para algo que está acontecendo – e que pode acontecer – em uma guerra que nos afeta. Eu preferi confrontar os leitores com o tratamento do Talibã às mulheres a ignorá-lo”, escreve Stengel no editorial que apresenta a capa.
Stengel também revela que temia pela segurança de Aisha, que ousou denunciar a repressão às mulheres no Afeganistão. Desde a publicação da revista, a jovem está em um lugar sigiloso, com escolta armada, paga pela ONG Mulheres pelas Mulheres Afegãs.
Em breve, Aisha se submeterá a uma cirurgia para a reconstrução de seu rosto. Espera-se, porém, que a imagem de sua face mutilada ajude a proteger outras mulheres do horror.
A Time divulga, em vídeo, a sessão de fotos com Aisha



Mulher 7 por 7

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