quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Chuva espalha destruição na Região Serrana do Rio de Janeiro


Só em um bairro de Friburgo, foram confirmadas 59 mortes.
Número total de mortos na região subiu para 245 pessoas.


As chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro mataram no total 245 pessoas desde terça-feira (11). Em Teresópolis, a cidade mais atingida, morreram 130 pessoas no que o governo do estado chegou a classificar como a tragédia da história da cidade. Em Nova Friburgo, morreram 97 pessoas, de acordo com o último informe dos bombeiros. Em Petrópolis, os mortos são 18 pessoas.
A infra-estrutura da região foi atingida com severidade. Faltou luz, água e telefone nas três cidades. Bairros inteiros ficaram isolados e só na noite desta quarta-feira (12) equipes de resgate começaram a dar conta da catástrofe em algumas das áreas mais atingidas. Na quinta-feira (13), a presidente Dilma Rousseff vai sobrevoar de helicóptero a região fluminense.
Um total de 800 homens da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros tenta localizar desaparecidos em Teresópolis. O secretário do Ambiente do estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, classificou a chuva como a "maior catástrofe da história de Teresópolis". “Não foi possível escolher o que ia cair. Casa de rico, casa de pobre. Tudo foi destruído”, disse a empregada doméstica de 27 anos, Fernanda Carvalho.



A prefeitura designou dois abrigos para receber desabrigados: o Ginásio Pedrão, no Centro de Teresópolis, com capacidade para 800 pessoas, e um galpão no Bairro Meudon, onde podem ser alojadas 400 pessoas. Os desalojados na cidade são 1280 e os desabrigados, 960.
Friburgo, a maior parte das vítimas morava no bairro de Conselheiro Paulino. A chuva forte deixou a cidade sem sinal de telefonia, sem luz e sem transporte nesta quarta (12). À tarde, moradores perambulavam pela cidade cheia de lama sem saber o que fazer. O ginásio de uma escola estadual é usado como necrotério.
Na vizinha Petrópolis, o número de vítimas chega a dezoito pessoas, entre elas um casal de idosos. No distrito de Itaipava, a água atingiu dois metros e meio de altura em alguns pontos da região. Uma escola no distrito abriga 30 famílias desalojadas.
A Defesa Civil da prefeitura de Petrópolis explica que “toda vez que chove muito nos municípios de Teresópolis e Nova Friburgo, a água que desce da serra provoca o transbordamento do rio Santo Antônio, causando os alagamentos”.
Em resposta a um pedido do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, a Marinha colocou à disposição dois helicópteros (um Esquilo e um Super Puma) para o transporte de pessoal e equipamentos dos bombeiros. Esses helicópteros se juntam a outros cinco do governo do estado na missão de carregar equipes e equipamentos serra acima.
O vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, está na Região Serrana acompanhando o trabalho de resgate a vítimas. Cabral visita a região na quinta.
Na noite de quinta, a presidente Dilma Rousseff assinou uma Medida Provisória que destina R$ 780 milhões para os municípios do Rio de Janeiro e São Paulo atingidos pelas chuvas.

Carolina Lauriano, Aluizio Freire e Thamine Leta



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