quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Homem morre e deixa 40 cães de herança para filho em SP


Animais serão doados para quem puder dar um lar.
Chácara em Itatiba, no interior do estado, abriga os bichos.
No fim do ano passado, o funcionário público aposentado José Rodrigues Xavier, de 71 anos, morreu em decorrência de problemas de saúde. De herança para um de seus filhos, o jornalista Alex Xavier, de 35 anos, ele deixou 40 cachorros – a maioria sem raça definida, com idades e tamanhos variados. Com a ausência de José, os bichos agora precisam de um novo lar, já que o herdeiro não tem condições de sustentá-los.
Todos os cães foram resgatados ou doados e criados pelo aposentado na chácara onde vivia, em Itatiba, a 84 km de São Paulo. O hobby de criar os bichos abandonados começou há mais de dez anos, de forma inusitada: um criminoso que morava em uma casa ao lado da de José foi preso e deixou três cachorros sem ninguém para cuidá-los. “Meu pai ficou com dó e, com ajuda de um empregado, começou a pular o muro para dar comida. Depois de um tempo, ele decidiu pega-los para criar”, contou Alex. “Ele nunca tinha tido cachorro antes”, acrescentou.

Dois dos cães que poderão ficar sem lar (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)

A amizade canina foi algo novo e agradável para o aposentado. “Ele viu que se dava melhor com cachorro do que com gente e começou a pegar outros [cães]”, afirmou seu filho. Inicialmente, recebia de amigos e conhecidos as crias que seus cães davam. Depois, passou a recolher os que encontrava na rua. A fama se espalhou pela cidade e doadores anônimos começaram a deixar filhotes e adultos na porta de sua casa.
Com o aumento da “família”, José se mudou para uma nova chácara, mais espaçosa, situada no bairro Jardim Leonor. Lá, ele construiu diversos canis. No período mais movimentado, 68 animais chegaram a morar na residência.
Para sustentar a matilha, boa parte da pensão que José recebia era usada na compra de ração. “Ele cuidava mais dos cães do que da saúde dele." Agora, com a ausência do aposentado, Alex disse não ter condições de cuidar dos animais. Além dos altos custos, ele não tem tempo útil para se dedicar aos bichos.
O G1 visitou a chácara e constatou que os cães são dóceis e brincalhões. Eles estão espalhados em canis e nos cômodos da casa. Mas alguns deles têm se mostrado tristes, como o fila brasileiro Maxi. “Ele é o que mais sentiu a morte de meu pai.” Caso os bichos não consigam um lar, o destino deles é o Centro de Controle de Zoonoses. “Queria que eles ficassem em um lugar legal. Mas a zoonoses é a última opção”, lamentou. Quem quiser e puder dar um lar a um desses animais, basta entrar em contato por e-mail com Alex solardoscaes@gmail.com .





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