sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Dividindo o fim de ano


Como os pais separados podem minimizar o estresse na hora de decidir com quem o filho passará o Natal, o Ano Novo e as férias.

Beatriz tem 5 anos e seus pais são separados desde que ela tinha 2. Mas no Natal, ela quase nem percebe isso. Nos primeiros dois anos a mãe e o pai passaram as festas de fim de ano juntos. “Temos uma relação muito amigável, a guarda realmente é compartilhada e sempre procuramos preservar nossa filha”, conta a mãe Lúcia Moretzson. Este ano, como tanto ela quanto o ex-marido têm outros namorados, a menina passou a véspera com um deles e o dia 25 com outro. Nas férias também as viagens e passeios são divididos numa boa.
Não é com todos os ex-casais que a coisa funciona bem e os meses de dezembro e janeiro podem ser ainda mais estressantes que o restante do ano. Além das decisões normais sobre os cuidados com os filhos, a época vem acompanhada da organização das festas e das férias, que precisam ser encaixadas nos compromissos e trabalho dos pais.
André Mattos, pai de Ana Clara, 8 anos, gostaria de passar essas datas sempre perto da filha. Ele tem a guarda da menina desde pouco depois que se separou da mãe dela e sempre decidiu como seria a agenda da criança, mas, agora que ela está mais velha, faz mais concessões. “Não tenho boa relação com a mãe. Por isso, é estressante para mim ficar longe dela, mas ela queria passar o Natal com a mãe, que tem outra filha e a Clara adora a irmã. Então, eu permiti”, conta.
Para que esses momentos sejam mais tranquilos para as crianças, é importante que os pais tentem entrar e um acordo sobre eventos e datas expondo o mínimo possível as discussões para os filhos. “Em geral essas crianças já estão acostumadas a se dividir, mas quem deve fazer as decisões são os adultos. Eles podem, e devem, considerar as vontades e opiniões dos filhos, mas não deixar a repsonsabilidade da escolha com eles”, explica a psicóloga e professora da área de família da PUC-SP Isabel Kahn Marin. De acordo com ela, simplesmente perguntar para criança o que ela prefere pode piorar uma situação que já não é amigável com crises de ciúmes entre os pais.
Já se houver realmente uma guarda compartilhada e um convívio amigável entre o ex-casal, basta conversar antes se for preciso mudar algum acordo.


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