quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Faz um ano que Sean foi entregue ao pai; e a avó ainda não se conformou


Faz um ano que a Justiça brasileira entregou o garoto Sean, 10, ao seu pai, o americano David Goldman. Silvana Bianchi (foto), 60, a avó brasileira materna, tem aproveitado a oportunidade para lamentar a perda.
Bruna, 34, a mãe de Sean, trouxe o garoto para o Brasil de férias em 2004 e disse ao marido que voltaria para os Estados Unidos, mas não voltou. Ela rompeu a união com Goldman, casou-se de novo e morreu de parto em agosto de 2008.
O pai teve de recorrer à Justiça e a políticos e mobilizar a opinião pública americana para que Silvana entregasse o seu filho. Em várias oportunidades, ele se queixou de que ela o impedia que visitasse Sean.
Agora, durante uma entrevista, entre lágrimas, Silvana exagerou: “Não sei se meu neto está vivo ou morto”.
Ela lembrou que a última vez que teve contato com Sean foi em 22 de junho, quando ele telefonou para dizer em inglês que estava bem. “Foi uma conversa sem espontaneidade. Ele parecia ter alguém do lado, tomando conta do que falava."
Silvana sempre quis Sean só para ela, colocando o pai de escanteio, como se a posse do neto fosse uma compensação para a morte de sua filha.
Ela chegou a dizer que a cultura brasileira valoriza a mãe na educação do filho, e ela, como avó, estava desempenhando o papel materno, sem levar em conta que Sean é filho de americano e nasceu nos Estados Unidos. A sua argumentação incluía a defesa de que o padrasto João Paulo Lins e Silva, 36, era mais pai do que o pai verdadeiro.
Sean foi vítima de alienação parental. A figura do seu pai era minimizada pela avó e a do padrasto superestimada.
Lins e Silva, advogado especializado em questões de família, foi usado por Silvana na guerra jurídica contra o pai de Sean. Aparentemente, o padrasto resolveu se restringir aos bastidores desde a a volta do garoto para os Estados Unidos.
Silvana, na entrevista de agora, apela até mesmo para a irmã de Sean para desenvolver a sua narrativa de vítima. Disse que Chiara tem sentido falta do irmão, que pergunta por ele, etc.
“Não consigo acreditar que [Sean] seja feliz lá, sem saber de nós, da irmã”, disse.
Nesta véspera de Natal, Sean deverá telefonar para a avó.
O site bringseanhome.org (‘Tragam Sean para casa’), criado na época da disputa pelo menino, enviou e-mail às pessoas cadastradas dizendo que a relação entre pai e filho “está bem melhor do que qualquer um de nós poderia imaginar ser possível".

Com informação da Folha.


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