RIO - Acenda ou não uma vela para louvar São Sebastião neste 20 de janeiro, data dedicada ao padroeiro da Cidade Maravilhosa, o diretor Carlos Saldanha, carioca de Marechal Hermes, certamente já dispõe da bênção do santo por seu trabalho à frente de "Rio". Prometida para 8 de abril no Brasil, estreando nos EUA e na Europa uma semana depois, a nova animação em longa-metragem do diretor da mina de ouro chamada "A Era do Gelo" é aguardada pelos exibidores como "o" blockbuster de 2011. Cercado de expectativas, o lançamento de "Rio", com projeção em 3D, adquire função politicamente estratégica num momento em que a cidade pavimenta a sua vocação internacional, preparando-se para receber a Copa do Mundo de 2014 e sediar as Olimpíadas de 2016. A superprodução gestada nos estúdios da Blue Sky, em Connecticut, a um custo estimado em cerca de US$ 90 milhões, pode fazer pela terra natal do cineasta aquilo que filme algum jamais fez por uma grande metrópole.
http://www.youtube.com/watch?v=eu8gxHB0zNc&feature=related
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- Na tela, a gente vê versões animadas do Corcovado, do Cristo Redentor, de um trecho da Praia de Ipanema, de um pedacinho de Santa Teresa - diz Saldanha, por telefone, de Los Angeles, onde finaliza a saga da arara-azul Blu, que deixa seu poleiro nos EUA para desbravar o Brasil, onde descobre a paixão entre as penas de um pássaro da mesma (e extinta) espécie: a doce Jade. - Mostro pedaços conhecidos da cidade. Mas para alguém como eu, que moro fora do Rio há muito tempo, esses são os pedaços de que eu mais sinto falta. Eles nos lembram o quanto o Rio é único. Por isso, se esse filme funcionar e for bem aceito pelo público estrangeiro, ele pode fazer a cidade abrir suas janelas para o mundo, expondo nossas belezas.
Distribuído pela 20th Century Fox, "Rio" não se vende como uma declaração de amor filmada - como foi "Paris, eu te amo", rodado por um coletivo de cineastas de diferentes nacionalidades e lançado em Cannes, em 2006 -, tampouco como um inventário de mitos de formação - vide "Austrália", lançado por Baz Luhrmann em 2008. Aos olhos do mercado, o projeto de Saldanha vem sendo encarado como uma propaganda de afirmação da autoestima carioca nos mercados estrangeiros.
- Melhor apresentação do Rio para o exterior, impossível. Estamos falando de um blockbuster que, só no circuito brasileiro, deve alcançar entre cinco e seis milhões de pagantes - diz Paulo Sérgio Almeida, do site Filme B, cujo boletim semanal analisa as bilheterias no país. - Vi uns 20 minutos numa projeção fechada, no Roxy, em Copacabana, e deu para sentir nele resquícios dos filmes do Zé Carioca. É um produto que pode levantar a imagem da cidade no Rio e no exterior entre crianças e adultos.
Distribuído pela 20th Century Fox, "Rio" não se vende como uma declaração de amor filmada - como foi "Paris, eu te amo", rodado por um coletivo de cineastas de diferentes nacionalidades e lançado em Cannes, em 2006 -, tampouco como um inventário de mitos de formação - vide "Austrália", lançado por Baz Luhrmann em 2008. Aos olhos do mercado, o projeto de Saldanha vem sendo encarado como uma propaganda de afirmação da autoestima carioca nos mercados estrangeiros.
- Melhor apresentação do Rio para o exterior, impossível. Estamos falando de um blockbuster que, só no circuito brasileiro, deve alcançar entre cinco e seis milhões de pagantes - diz Paulo Sérgio Almeida, do site Filme B, cujo boletim semanal analisa as bilheterias no país. - Vi uns 20 minutos numa projeção fechada, no Roxy, em Copacabana, e deu para sentir nele resquícios dos filmes do Zé Carioca. É um produto que pode levantar a imagem da cidade no Rio e no exterior entre crianças e adultos.
A secretária de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Adriana Rattes, concorda:
- Este filme é o maior presente que a gente poderia ganhar na área cinematográfica. Ele vai levar pelo mundo uma imagem superpositiva da cidade. Vai falar da gente de forma lúdica, divertida e alegre. Crianças do mundo crescerão com o Rio de Janeiro em seu imaginário
Responsável por vender 17.620.643 ingressos entres os cinemas brasileiros que exibiram os três episódios da franquia "A Era do Gelo", lançados em 2002, 2006 e 2009, Saldanha explica que a dimensão estratégica que "Rio" adquiriu não foi proposital.
- Só pelo título, "Rio" já é uma homenagem ao lugar onde nasci. A gente brinca aqui na Blue Sky, diz que o filme é história de alguém que finds his heart in Rio, no sentido de encontrar um amor e de se encontrar numa nova cidade. Ele não foi concebido como uma peça de propaganda da cidade. Era, sim, um projeto muito pessoal meu, um um jeito de mostrar ao mundo o Rio de que eu gosto - diz Saldanha, que passou 20 de seus 42 anos morando nos EUA. - Hoje, aqui, todo mundo me pergunta da tragédia aí na Região Serrana. Um dos compositores da trilha sonora de "Rio" visitou Itaipava há uns três meses e ficou curioso para saber como aquele pedaço ficou. Foi uma tragédia que repercutiu aqui.
A campanha para promover o filme começa no carnaval. Com o enredo "O Rio no cinema", o Salgueiro vai desfilar na Marquês de Sapucaí com quatro alas e um carro alegórico dedicados ao longa de Saldanha.
- Já que esse filme é um presente para a cidade, nada mais justo do que a gente contribuir para a sua visibilidade - diz Sérgio Sá Leitão, presidente da RioFilme, a distribuidora ligada à prefeitura, que participa das articulações para a promoção do longa de Saldanha no país. - Neste processo de divulgar o Rio lá fora, com a Copa e os Jogos Olímpicos, o cinema vai dar o pontapé inicial. Por isso, estamos negociando fazer a première mundial do filme aqui na cidade, trazendo jornalistas de outros países. Aliás, não apenas a de "Rio", como as de "Fast five", "Velozes & furiosos 5", com Vin Diesel, e "A saga Crepúsculo: Amanhecer", que tiveram cenas filmadas aqui.
Lá fora, "Rio" conta com as vozes de Jesse Eisenberg (de "A rede social") como Blu e de Anne Hathaway ("O Diabo veste Prada"), como Jade. Já Rodrigo Santoro dubla o ornitólogo Túlio, que traz o pássaro dos EUA para o Brasil.
- Mais importante do que aquilo que "Rio" pode fazer com a nossa imagem para o mundo é aquilo que ele pode fazer internamente, com sua consciência ambiental forte - diz Rodrigo Santoro. - Xará, eu sou de Petrópolis. Imagina o que é ver essa tragédia rolando lá na serra. Mas, neste momento, eu vi uma mobilização acontecer com uma rapidez inesperada. Ela é fruto de uma estima que está crescendo. E o filme pode ajudar a crescer mais.
- Este filme é o maior presente que a gente poderia ganhar na área cinematográfica. Ele vai levar pelo mundo uma imagem superpositiva da cidade. Vai falar da gente de forma lúdica, divertida e alegre. Crianças do mundo crescerão com o Rio de Janeiro em seu imaginário
Responsável por vender 17.620.643 ingressos entres os cinemas brasileiros que exibiram os três episódios da franquia "A Era do Gelo", lançados em 2002, 2006 e 2009, Saldanha explica que a dimensão estratégica que "Rio" adquiriu não foi proposital.
- Só pelo título, "Rio" já é uma homenagem ao lugar onde nasci. A gente brinca aqui na Blue Sky, diz que o filme é história de alguém que finds his heart in Rio, no sentido de encontrar um amor e de se encontrar numa nova cidade. Ele não foi concebido como uma peça de propaganda da cidade. Era, sim, um projeto muito pessoal meu, um um jeito de mostrar ao mundo o Rio de que eu gosto - diz Saldanha, que passou 20 de seus 42 anos morando nos EUA. - Hoje, aqui, todo mundo me pergunta da tragédia aí na Região Serrana. Um dos compositores da trilha sonora de "Rio" visitou Itaipava há uns três meses e ficou curioso para saber como aquele pedaço ficou. Foi uma tragédia que repercutiu aqui.
A campanha para promover o filme começa no carnaval. Com o enredo "O Rio no cinema", o Salgueiro vai desfilar na Marquês de Sapucaí com quatro alas e um carro alegórico dedicados ao longa de Saldanha.
- Já que esse filme é um presente para a cidade, nada mais justo do que a gente contribuir para a sua visibilidade - diz Sérgio Sá Leitão, presidente da RioFilme, a distribuidora ligada à prefeitura, que participa das articulações para a promoção do longa de Saldanha no país. - Neste processo de divulgar o Rio lá fora, com a Copa e os Jogos Olímpicos, o cinema vai dar o pontapé inicial. Por isso, estamos negociando fazer a première mundial do filme aqui na cidade, trazendo jornalistas de outros países. Aliás, não apenas a de "Rio", como as de "Fast five", "Velozes & furiosos 5", com Vin Diesel, e "A saga Crepúsculo: Amanhecer", que tiveram cenas filmadas aqui.
Lá fora, "Rio" conta com as vozes de Jesse Eisenberg (de "A rede social") como Blu e de Anne Hathaway ("O Diabo veste Prada"), como Jade. Já Rodrigo Santoro dubla o ornitólogo Túlio, que traz o pássaro dos EUA para o Brasil.
- Mais importante do que aquilo que "Rio" pode fazer com a nossa imagem para o mundo é aquilo que ele pode fazer internamente, com sua consciência ambiental forte - diz Rodrigo Santoro. - Xará, eu sou de Petrópolis. Imagina o que é ver essa tragédia rolando lá na serra. Mas, neste momento, eu vi uma mobilização acontecer com uma rapidez inesperada. Ela é fruto de uma estima que está crescendo. E o filme pode ajudar a crescer mais.
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