sábado, 22 de janeiro de 2011

Fumo e álcool explicam a longevidade das mulheres em relação aos homens


Elas vivem mais porque não abusam tanto destas substâncias
O fumo é a principal causa para que os homens vivam menos que as mulheres (75 anos contra 83 anos, em média) na Europa, segundo um grupo de especialistas da Unidade de Saúde Pública e Social do Conselho de Investigação Médica de Glasgow, na Escócia, em estudo publicado esta semana pelo British Medical Journal. De acordo com a pesquisa, as enfermidades relacionadas ao fumo (câncer de pulmão e patologias cardiovasculares, entre outras) são responsáveis por 60% da diferença de gênero nas taxas de mortalidade na Europa e mata duas vezes mais os homens que o álcool.
As mudanças nos hábitos das mulheres, no entanto, indicam que essas diferenças tendem a diminuir. Na Espanha, por exemplo — onde os homens vivem seis anos, em média, menos que as mulheres — as fumantes passaram de 23% a 27,2% em 15 anos, enquanto que eles deixaram de fumar: 55% dos fumantes se transformaram em 42,1% no mesmo período. As mortes por patologias relacionadas ao fumo também está aumentando entre as mulheres: de 1.281 em 1978 para 5.981 em 2006.
— Se a exposição a fatores de risco se igualar entre os sexos, as diferenças das taxas de mortalidade serão menores e a expectativa de vida de homens e mulheres se encurtará — explica Bartomeu Massuti, secretário do Grupo Espanhol de Câncer de Pulmão.
Os dados por país revelam que, quanto mais ao norte, menor é a diferença de expectativa de vida entre homens e mulheres, fato que tradicionalmente era explicado por causas genéticas ou de raça, mas que agora se sabe que as mulheres dos países ao norte passaram a fumar mais duas décadas antes que as do sul.


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