quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Pequena Bruna já tem novo fígado e passa bem


O transplante, realizado ontem no Hospital Federal de Bonsucesso, acabou seis horas antes do previsto. Criança já respira sem a ajuda de aparelhos

Rio - O dia mais esperado da vida da pequena Bruna, 2 anos, chegou: a criança, que sofre desde que nasceu com uma doença do fígado, foi transplantada ontem no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB). A cirurgia começou às 8h30 com a retirada de parte do órgão da doadora, e estava prevista para terminar às 23h. Mas cinco horas antes, Talita Brandão, 21, mãe da menina, recebeu a notícia que tanto queria: o transplante havia terminado e Bruninha estava bem, respirando sem o auxílio de aparelhos.
“Acabou o nosso pesadelo. Já chorei muito, só que agora estou chorando de felicidade. Ela vai se recuperar e poder brincar como outra criança qualquer. Vai deixar de ser olhada na rua como uma criança diferente por causa da cor amarelada e da barriguinha inchada. E o mais importante é que minha filha vai ter saúde e vou poder dormir tranquila sabendo que ela esta bem”, disse Talita.

Falta de anestesias
Conforme O DIA vem mostrando desde o dia 3, Bruna esperava por cirurgia desde janeiro, mas a falta de anestesistas no HFB quase inviabilizou a operação — eles pediram demissão por problemas de pagamento. Bruna foi operada depois que anestesistas voluntários se ofereceram para o procedimento. Entre médicos, enfermeiros e auxiliares, 23 profissionais participaram do transplante.
A doadora, Mayara Freitas, 20 anos, entrou no centro cirúrgico às 8h30. Na sala ao lado, outra equipe já operava Bruna, preparando-a para receber parte do fígado. Por volta das 15h, Mayara já estava no pós-operatório. Bruna deverá receber alta em dez dias. “Kaíque (4 anos), o irmão dela, não vê a hora de encontrar Bruninha”, diz Talita.
Outras 350 pessoas estão na fila do transplante de fígado no HFB. O Ministério da Saúde informou que estuda com a direção do HFB e o Estado uma solução definitiva para a falta de anestesistas.

Corajoso ato de amor da doadora
“Ela agora é mais do que uma amiga. Virou uma irmã”. É assim que Talita, a mãe da criança, define a gratidão que sente por Mayara, que doou parte do fígado para Bruninha.
A jovem se ofereceu para ser doadora depois que a avó da menina, Marli Pereira, contou na igreja sobre a necessidade da neta. “Quando soube que eu era compatível, não pensei duas vezes. Tenho um filho de 3 anos e imagino a dor da Talita. Terei muito orgulho de dizer que ajudei a Bruna”, contou Mayara.

Clarissa Mello e Pâmela Oliveira


O DIA ONLINE

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