SÃO PAULO - Onze idosos foram resgatado de um asilo clandestino em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, nesta segunda-feira. Os idosos pagavam R$ 510 por mês e eram mantidos em uma casa úmida, em meio a muita sujeira. As paredes tinham rachaduras, mofo e teias de aranha, além de sinais de goteiras. Na cozinha, panelas sujas estavam ao lado de uma ratoeira quando a PM chegou. Os aposentados passavam a maior parte do tempo no quarto e as camas não eram trocadas com frequência. O cheiro era forte de fezes e urina.
Quando a PM chegou ao quarto, os idosos reclamaram principalmente do frio. A região de Parelheiros é uma das mais frias de São Paulo.
Os idosos foram encaminhados a hospitais e a dona do asilo disse que o local estava sujo porque a faxineira faltou ao trabalho esta semana.
A PM foi chamada por uma mulher que foi visitar a tia e acabou impedida de entrar.
Em Cuiabá, a Ordem dos Advogados do Brasil Mato Grosso (OAB-MT) denunciou a falta de funcionários e estrutura precária no Abrigo Bom Jesus. Segundo a OAB, macas estão nos corredores e faltam conforto e espaços adaptados para deficientes físicos. A equipe de funcionários é pequena, com uma média de dois técnicos de enfermagem por plantão e quatro cuidadores.
O abrigo tem hoje 126 internos. Muitos idosos contribuem para ficar no abrigo e o desconto é feito no benefício da Previdência Social. Essa contribuição é permitida pelo Estatuto do Idoso e deve seguir um contratato de prestação de serviços. A prestação de contas individual é comunicada ao Ministério Público.
- É R$ 510 de salário, né. Mas ele repassa para mim R$ 153. O resto fica todo na casa - afirma uma idosa interna da casa.
- A informação que nos foi passada pela própria casa é que em fevereiro os idosos contribuíam com 70% daquilo que recebiam de benefício. Eu tive uma outra informação de um grupo que frequenta aqui que hoje, tendo em vista o custo da casa, está sendo retido dos idosos 100% - diz Ana Lúcia Ricarte, presidente da Comissão de Direitos da Mulher da OAB.
No ano passado, a arrecadação ficou em torno de R$ 63 mil com os benefícios retidos.
- Temos prestado informações em nível municipal, estadual, nacional de tudo o que fazemos aqui dentro. Não temos nada a esconder - diz o diretor do Abrigo Bom Jesus, Altair Magalhães.
A Comissão da OAB quer que o Ministério Público investigue a situação do abrigo. O Ministério Público Estadual informou que um inquérito civil já apura as denúncias de maus tratos contra idosos no Abrigo Bom Jesus desde setembro do ano passado. Mais quatro entidades que atendem a idosos também são investigadas.
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