domingo, 26 de dezembro de 2010

Unidade móvel leva atendimento médico a comunidades pobres



Projeto é resultado da dedicação de um grupo de médicos. Uma carreta foi adaptada para fazer exames e pequenas cirurgias.

Uma unidade de atendimento móvel leva exames complexos e até pequenas cirurgias para comunidades pobres do Brasil. O projeto é resultado da dedicação de um grupo de médicos.
O saneamento básico passa longe, e as condições de moradia são para lá de precárias. A região populosa na periferia de São Paulo virou endereço temporário de trabalho de médicos.
O mais curioso é o consultório: uma carreta adaptada para fazer exames e pequenas cirurgias.
Ideia do médico Roberto Kikawa, que atendeu ao pedido que o pai fez, há 21 anos, antes de morrer.
“Ele me pediu que eu fosse um médico de verdade, que atendesse os pacientes com amor, com carinho, com qualidade”, lembra.
O foco é levar atendimento a quem enfrenta a longa espera do serviço público, como pacientes que só agora vão fazer ultrassom.
“Foi um ano e nove meses de espera. Se tivesse que morrer, já tinha morrido”, diz uma delas.
Todos os médicos do projeto são bem-sucedidos, trabalham em clínicas particulares ou em grandes hospitais de São Paulo. Por mês, eles dedicam de cinco a sete dias a preencher o que consideram uma lacuna na carreira.
“Estou ajudando pessoas e um pouquinho do que eu faço é muito para elas”, diz o cardiologista Edgard Ferreira.
Com o patrocínio de empresas e convênios com prefeituras, a carreta da saúde já atendeu 26 mil pacientes em 18 cidades de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. No ano que vem, deve incluir no roteiro Maranhão, Bahia e Mato Grosso.
“A cada projeto de que participo eu fico mais feliz”, diz o oftalmologista Edmilson Mariano.
O aposentado José Adálio Bezerra, operado de ponte de safena, só iria fazer ecocardiograma em fevereiro. Economizou dois meses de ansiedade.
“Fico tranquilo”, comemora.
“Quanto isso não representa de uma alegria de um médico? É resgatar esse tipo de relação médico-paciente, de ver o resultado, o que ele pode trazer de impacto social”, finaliza o coordenador do projeto.


Jornal Nacional

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