quinta-feira, 8 de julho de 2010

Buenos Aires deixa de registrar dois terços da morte de mulheres durante a gestação


Estudo adverte para registro paralelo de casos como o aborto

Duas de cada três mortes de mulheres por causas relacionadas à maternidade não são registradas apropriadamente nos hospitais de Buenos Aires, algo "muito preocupante" que ocorre nas regiões mais pobres da Argentina. Uma recente pesquisa da Sogiba (Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Buenos Aires) baseada em 400 histórias clínicas adverte sobre o registro paralelo das mortes de mulheres por causas relacionadas à gestação, como o aborto, que é o principal motivo de mortalidade materna no país.
Esses resultados fazem crer que a mortalidade materna na Argentina seja "muito maior" do que mostram as estatísticas oficiais, segundo as quais há 40 mortes para cada 100 mil nascidos vivos (300 mortes anuais), segundo o diretor do Crep (Centro Rosarino de Estudos Perinatais), Guillermo Carroli.
– Se em um lugar como Buenos Aires (onde as taxas são menores que em outras províncias) nos deparamos com esta realidade, imaginemos o que acontece em regiões do país com mais carências, que têm registros menos confiáveis.
Para Natalia Gherardi, diretora-executiva da ONG Equipe Latino-Americana de Justiça e Gênero, a mortalidade materna é alarmante "quando se olha para o interior do país" porque "Buenos Aires não tem nada a ver" com o empobrecido norte argentino.
Enquanto as estatísticas oficiais mostram na capital argentina uma taxa duas vezes menor que a média nacional (18 para cada 100 mil), em províncias nortistas como Jujuy se quadruplica a média (160 para cada 100mil).
Segundo o Observatório de Saúde Sexual e Reprodutiva (OSSyR), grupo integrado por três instituições acadêmicas argentinas, incluído o Crep, a situação "é muito preocupante" pela "persistência de altas taxas e de fortes desigualdades regionais e sociais, somada à evidência de falhas estruturais do sistema de saúde".

Agência EFE


R7

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