sábado, 10 de julho de 2010

Justiça negou em 2009 proteção para Eliza depois de denúncia contra Bruno por agressão


RIO - Embora a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá tenha requerido à Justiça que o goleiro Bruno fosse mantido longe da ex-amante Eliza Samudio, o 3º Juizado de Violência Doméstica negou o pedido. Em sua decisão, a juíza titular Ana Paula Delduque Migueis Laviola de Freitas diz que Eliza, por não manter qualquer tipo de relação afetiva, familiar ou doméstica com o jogador, não podia se beneficiar das medidas protetivas, nem "tentar punir o agressor", no caso Bruno, "sob pena de banalizar a finalidade da Lei Maria da Penha".
Em seu depoimento na Deam, no dia 13 de outubro de 2009, Eliza disse que tinha "ficado" com Bruno, explicando, a pedido da delegada da época, o significado da palavra: manter relações sexuais. Mais adiante, a vítima, grávida de cinco meses, detalha a agressão e o cárcere privado em que foi mantida, além do fato de o goleiro ter dado a ela substâncias abortivas, no dia anterior ao registro policial.
A juíza Ana Paula encaminhou o caso para uma das varas criminais, relatando em sua sentença que a Lei Maria da Penha "tem como meta a proteção da família, seja ela proveniente de união estável ou do casamento, bem como objetiva a proteção da mulher na relação afetiva, e não na relação puramente de caráter eventual e sexual". O fato de Eliza estar grávida não foi analisado na decisão, assinada pela juíza em 19 de outubro do ano passado.
Depois de o 3º Juizado de Violência Doméstica negar o afastamento de Bruno, o inquérito de Eliza só foi concluído pela Deam e encaminhado à Justiça quase nove meses depois - uma gestação. Além da demora na confecção do laudo toxicológico de Eliza, a fim de comprovar o crime de tentativa de aborto - só concluído depois do desaparecimento dela, que veio à tona em 24 de junho -, o goleiro demorou para se apresentar à Deam, sob o pretexto de que estava concentrado nos treinos, principalmente por causa dos jogos do Campeonato Brasileiro.

" Quem nunca saiu na mão com a mulher? "
O Ministério Público também, por sua vez, pediu o inquérito apenas duas vezes, em nove meses, para cobrar o laudo. Na última delas, foi provocado pela informação, veiculada na imprensa, de que Bruno dera a seguinte declaração, em março deste ano, defendendo o jogador Adriano: "Quem nunca saiu na mão com a mulher?".
Foi também provocada pela imprensa que a titular da Deam, Silvana Braga - a terceira delegada a cuidar do caso na especializada-, concluiu o inquérito sem o laudo do Instituto Médico-Legal e o enviou ao MP, na semana passada. O laudo só saiu na última terça-feira. Por causa disso, Bruno e o cúmplice Macarrão foram denunciados no dia seguinte pelo promotor de Justiça Alexandre Murilo Graça, por cárcere privado e lesão corporal, já que o laudo do IML não afirmou com precisão se Eliza tomou substância abortiva.
Na decisão do juiz Marco Couto, da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, que decretou a prisão de Bruno e Macarrão, ele analisou a natureza agressiva e a periculosidade do jogador. Ao fundamentar a sua sentença, o juiz ressaltou um trecho do depoimento de Eliza à Deam, no qual ela conta que o goleiro teria dito: "(...) Você não me conhece e não sabe do que eu sou capaz, pois eu venho da favela".

Leia mais:
DNA de saliva encontrada na casa de ex-policial pode comprovar passagem de Eliza pelo lugar


4 comentários:

  1. O que será que essa juíza está sentindo agora?
    Remorso? Não deve ser.
    Certamente não deve ser a favor das mulheres, mas o dia dela chegará também.É só esperar.

    ResponderExcluir
  2. Não, ela não é a favor das mulheres como tais. Ela acha que apenas mulheres em relacionamento estável merece a proteção estatal, de uma forma não muito implícita julgando aquelas que fazem sexo casual, julgando-as como indignas de respeito e direito a justiça.

    ResponderExcluir
  3. E verdade meninas. Essa juiza deve estar pensando no quanto lhe faltou de solidariedade para com a garota. E uma pena pois ela poderia estar viva para cuidar do seu bebe. Ate quando vamos conviver com canalhas dessa especie que pensam que podem tudo quando tem dinheiro? O pior e que eles sempre pensam que nao serao descobertos. Esse imbecil entao pagou o ex-policial e mais um montao de gente para destruir o corpo. E agora quem cuidara de seu filho?

    ResponderExcluir
  4. Ele só tinha ódo no coração querida.
    Até o filho ia entrar no esquema da quadrilha e na última hora ele desistiu de matá-lo.
    Quem sabe o porquê dessa atitude?
    amor, pena, arrependimento?
    Talvez não.

    ResponderExcluir

Verbratec© Desktop.