D. mostra o braço atingido por estudante de 16 anos em Oswaldo Cruz
Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Menino de 12 anos, perseguido por ser calouro, é agredido com um porrete a 150 metros da escola
Rio - Vítima de bullying — agressões verbais e psicológicas repetidas vezes, sem motivação evidente —, D., 12 anos, aluno do 6º ano de escola municipal em Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio, foi espancado a golpes de porrete por um estudante do 8º ano, 16 anos, na manhã de segunda-feira.
Por causa das pancadas nas costas, braço esquerdo, orelha direita e cabeça, o menino vomitou e sofreu tonturas por mais de quatro horas. Ontem, fez exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML).
O suspeito das agressões vai depor hoje na 30ª DP (Marechal Hermes), onde o caso foi registrado como lesão corporal. A pancadaria ocorreu às 11h15, a 150 metros do colégio.
“Se as pessoas não interferem e tomam o porrete, acho que meu filho teria morrido ali”, alertou o pai do menino, 56.
“Enquanto um me batia, outros quatro mandavam ele bater ainda mais”, revelou D. “Eles vieram por trás, puxaram minha mochila, por isso o empurrei para me soltar. Foi quando ele pegou o porrete”.
Desde que entrou para a escola, em fevereiro, D. sofre por ser um dos calouros. Há dois meses, o pai pediu à direção que o transferisse para o turno da manhã. “Briguei com um garoto que não parava de dar tapa no meu rosto”, disse D.
“Cercamos ele de carinho, por isso não admitimos que seja vítima de violência, ainda mais no ambiente escolar”, ressaltou a mãe, 50, que tem outros três filhos.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação reafirmou que o fato ocorreu fora das dependências da escola. “Ao tomar conhecimento do ocorrido, a direção encaminhou os estudantes de volta à escola e convocou os responsáveis para reunião. O aluno do 8º ano, acusado de agressão, mora com a avó e, de acordo com ela, será providenciada a sua transferência, pois ele voltou a viver com os pais na cidade de Araruama”.
Escola deve prevenir o bullying, diz pediatra
O pediatra Lauro Monteiro Filho, especialista em bullying, disse que o problema deve ser prevenido e combatido pela escola.
“Prevenir e combater o bullying é responsabilidade de toda a instituição e envolve funcionários, professores, diretoria, alunos e pais”.
O médico também dá uma dica sobre como enfrentar este drama recorrente.
“Não se resolve o bullying escolar na polícia ou na Justiça, que são as últimas instâncias a serem procuradas, se todo o resto falhou”.
No Rio de Janeiro, o combate ao bullying está previsto na lei 5.089, sancionada pelo prefeito Eduardo Paes em outubro de 2009. O texto destaca que as unidades de ensino devem incluir ações antibullying nos projetos pedagógicos.
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