terça-feira, 19 de outubro de 2010

Moradores de Nazaré e funcionários de empresa de GPS foram ameaçados, diz delegado do caso Mércia


Antonio de Olim foi ouvido por juiz do fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo

O delegado Antonio de Olim, responsável pelas investigações do caso Mércia Nakashima, disse em depoimento à Justiça nesta terça-feira (19) que moradores da cidade de Nazaré Paulista, onde o corpo da advogada foi encontrado, relataram ter recebido ameaças. Olim também informou que funcionários da empresa de rastreamento do carro de Mizael Bispo, um dos acusados da morte da advogada, sofreram ameaças.
Ele não comentou, entretanto, quem seriam os autores dessas ameaças. O promotor Rodrigo Merli disse nesta terça-feira que pedirá a prisão preventiva de Mizael e de Evandro Bezerra da Silva ao final da audiência que acontece no fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo, previsto para quarta-feira (20).
Samir Haddad Junior, advogado de Mizael, disse na terça-feira (19) que a acusação deve usar depoimentos de testemunhas sobre supostas ameaças - na terça-feira, o irmão de Mércia, Márcio Nakashima, disse que a família vem sofrendo ameaças - para formular um novo pedido de prisão.
A estratégia da defesa de Mizael durante o depoimento de Olim foi questioná-lo a respeito de detalhes sobre o laudo do rastreamento do carro do acusado. Segundo a defesa, o documento não mostra todas as ruas em que Mizael esteve no dia do desaparecimento da ex. O laudo aponta o trajeto que o ex-PM fez ao longo desse dia. Entre as informações apuradas, o documento diz que o carro dele esteve na região da casa da avó de Mércia. A advogada foi vista pela última vez, em 23 de maio, saindo da residência da avó.
O advogado de defesa Ivon Ribeiro questionou Olim sobre o por que de a polícia ter supostamente omitido algumas ruas em que o carro passou durante esse dia. O delegado respondeu que quem fez o laudo foi o perito do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) Renato Pattoli, convocado para prestar depoimento na quarta-feira.
A defesa de Evandro insistiu sobre a possibilidade de o acusado ter passado um período longe de Olim, em Aracaju, antes do depoimento à equipe do DHPP, em que admitiu o crime. Foragido da polícia paulista, Evandro foi preso no interior de Sergipe. Nesse depoimento, Evandro confessa ter participado da morte de Mércia, mas depois negou a versão, alegando ter sido torturado.
Olim disse que Evandro estava à vontade na hora do depoimento em Sergipe e que em momento algum relatou qualquer tipo de tortura física e psicológica.
Quatro testemunhas convocadas pela defesa do vigia Evandro Bezerra da Silva foram dispensadas na tarde desta terça-feira. Elas são Émerson Silva de Souza, Marcos José dos Santos, Enaldo Bezerra Silva e Maria Izabel Ferreira Aleixo.

Camila Rigi


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Verbratec© Desktop.