Oficinas capacitam estudantes de escolas públicas a atuarem como cenógrafos, iluminadores e maquiadores
POR ANGÉLICA PAULO
Rio - Realizar uma peça teatral requer uma verdadeira força-tarefa: cenografia, iluminação, maquiagem e figurino são itens que exigem, além de talento, mão de obra qualificada e que, hoje em dia, é considerada cada vez mais rara no mercado brasileiro. De olho nesse segmento, alunos do Ensino Médio de diversas escolas da rede pública têm participado de oficinas de capacitação em artes cênicas, através do projeto Passageiros do Futuro. O objetivo é formar profissionais capacitados a atuarem em diversas áreas, desde a produção até a montagem de palco para uma produção teatral.
“Nosso objetivo é trazer sangue novo para a área técnica do teatro, tão carente desse tipo de profissionais”, conta Juliana Teixeira, idealizadora do projeto, que existe há dez anos, atendendo comunidades carentes em toda cidade.
Ex-aluno do Colégio Estadual Paulo de Frontin, no Rio Comprido, Zona Norte da cidade, Robert Rodrigues, 18 anos, conheceu o projeto durante uma palestra na escola. Apaixonado por teatro, fez sua inscrição e descobriu que, além dos palcos, também se dava bem nos bastidores, tornando-se um dos melhores alunos da turma. Dois anos depois de passar pelo projeto, atua como monitor de cenografia, além de ter conquistado uma bolsa integral no curso de Educação Física de uma universidade particular.
“Além das técnicas de cenografia, o projeto me ensinou a ter mais organização, responsabilidade e segurança e me tornou um profissional melhor”, analisa.
Itinerante, o Passageiros do Futuro atua em comunidades carentes, selecionando jovens estudantes para participar de oficinas que incluem técnicas de luz e som, figurino, maquiagem, adereços, contra-regragem e cenografia. Ao todo, são dez meses de aulas, que incluem ainda reforço escolar em Língua Portuguesa e Matemática e visitas a museus e centros culturais.
O projeto também acompanha o desempenho escolar dos estudantes matriculados. Ao todo, são atendidos 60 alunos por ano, em uma sede montada na própria comunidade. No biênio 2009-2010, o trabalho aconteceu em 21 comunidades da região da Tijuca, como Borel, Morro da Formiga, Andaraí e São Carlos. De acordo com Juliana, um dos principais objetivos do Passageiros, além de levar o teatro locais onde o acesso a esse tipo de arte é mais difícil, é melhorar o desempenho escolar dos envolvidos no projeto.
“Fazemos uma troca com os pais e também com a escola, envolvendo todos para auxiliar o aluno. Além disso, também traçamos um paralelo entre as oficinas e as matérias do currículo escolar formal”, explica. Um dos resultados do trabalho é o crescimento de alunos que conquistam bolsas universitárias. De acordo com Maria Ignez Lopes, assistente social do Passageiros do Futuro, somente em 2009, sete alunos conquistaram bolsa integral em instituições de ensino privadas. Nos últimos três anos, a classificação no vestibular de instituições públicas também tem apresentado uma melhora considerável.
“A primeira coisa que fazemos quando os alunos chegam é mudá-los como pessoa, transformando hábitos e atitudes. Também nos preocupamos em incentivar seu desempenho escolar, estimulando sua frequência no projeto, para que ele não abandone as oficinas”, conta.
Além da melhora no desempenho, muitos jovens também conquistaram o tão sonhado primeiro emprego graças ao que aprenderam nas oficinas. Para estimular os participantes, o programa também remunera os alunos com uma bolsa-auxílio no valor de R$ 250 mensais, durante todo tempo em que permanecem no projeto, que vai de março a novembro.
Ao final do projeto, os formandos empregam seus conhecimentos na produção de uma peça, onde são responsáveis por toda a produção, desde o figurino, até a iluminação. Neste ano, a obra apresentada é “Forrobodó”, musical de autoria de Chiquinha Gonzaga, que terá entrada franca em suas diversas apresentações.
“Queremos usar o teatro de uma forma lúdica, como uma ferramenta para formar um indivíduo mais capacitado e com mais oportunidades”, finaliza Juliana.
SERVIÇO:
Espetáculo Forrobodó – Projeto Passageiro do Futuro
Duração: 60 minutos
Classificação: Livre
Entrada franca
Programação:
19/10 às 15h00 - Tijuca Tênis Clube - Rua Conde de Bonfim, 451 – Tijuca 20/10 às 15h00 - Sesc São Gonçalo – Av. Presidente Kennedy, 755 – São Gonçalo.
28/10 às 15h00 – Escola Municipal Presidente João Goulart - Rua Barão de Mesquita, 850 – Andaraí
POR ANGÉLICA PAULO
Rio - Realizar uma peça teatral requer uma verdadeira força-tarefa: cenografia, iluminação, maquiagem e figurino são itens que exigem, além de talento, mão de obra qualificada e que, hoje em dia, é considerada cada vez mais rara no mercado brasileiro. De olho nesse segmento, alunos do Ensino Médio de diversas escolas da rede pública têm participado de oficinas de capacitação em artes cênicas, através do projeto Passageiros do Futuro. O objetivo é formar profissionais capacitados a atuarem em diversas áreas, desde a produção até a montagem de palco para uma produção teatral.
“Nosso objetivo é trazer sangue novo para a área técnica do teatro, tão carente desse tipo de profissionais”, conta Juliana Teixeira, idealizadora do projeto, que existe há dez anos, atendendo comunidades carentes em toda cidade.
Ex-aluno do Colégio Estadual Paulo de Frontin, no Rio Comprido, Zona Norte da cidade, Robert Rodrigues, 18 anos, conheceu o projeto durante uma palestra na escola. Apaixonado por teatro, fez sua inscrição e descobriu que, além dos palcos, também se dava bem nos bastidores, tornando-se um dos melhores alunos da turma. Dois anos depois de passar pelo projeto, atua como monitor de cenografia, além de ter conquistado uma bolsa integral no curso de Educação Física de uma universidade particular.
“Além das técnicas de cenografia, o projeto me ensinou a ter mais organização, responsabilidade e segurança e me tornou um profissional melhor”, analisa.
Itinerante, o Passageiros do Futuro atua em comunidades carentes, selecionando jovens estudantes para participar de oficinas que incluem técnicas de luz e som, figurino, maquiagem, adereços, contra-regragem e cenografia. Ao todo, são dez meses de aulas, que incluem ainda reforço escolar em Língua Portuguesa e Matemática e visitas a museus e centros culturais.
O projeto também acompanha o desempenho escolar dos estudantes matriculados. Ao todo, são atendidos 60 alunos por ano, em uma sede montada na própria comunidade. No biênio 2009-2010, o trabalho aconteceu em 21 comunidades da região da Tijuca, como Borel, Morro da Formiga, Andaraí e São Carlos. De acordo com Juliana, um dos principais objetivos do Passageiros, além de levar o teatro locais onde o acesso a esse tipo de arte é mais difícil, é melhorar o desempenho escolar dos envolvidos no projeto.
“Fazemos uma troca com os pais e também com a escola, envolvendo todos para auxiliar o aluno. Além disso, também traçamos um paralelo entre as oficinas e as matérias do currículo escolar formal”, explica. Um dos resultados do trabalho é o crescimento de alunos que conquistam bolsas universitárias. De acordo com Maria Ignez Lopes, assistente social do Passageiros do Futuro, somente em 2009, sete alunos conquistaram bolsa integral em instituições de ensino privadas. Nos últimos três anos, a classificação no vestibular de instituições públicas também tem apresentado uma melhora considerável.
“A primeira coisa que fazemos quando os alunos chegam é mudá-los como pessoa, transformando hábitos e atitudes. Também nos preocupamos em incentivar seu desempenho escolar, estimulando sua frequência no projeto, para que ele não abandone as oficinas”, conta.
Além da melhora no desempenho, muitos jovens também conquistaram o tão sonhado primeiro emprego graças ao que aprenderam nas oficinas. Para estimular os participantes, o programa também remunera os alunos com uma bolsa-auxílio no valor de R$ 250 mensais, durante todo tempo em que permanecem no projeto, que vai de março a novembro.
Ao final do projeto, os formandos empregam seus conhecimentos na produção de uma peça, onde são responsáveis por toda a produção, desde o figurino, até a iluminação. Neste ano, a obra apresentada é “Forrobodó”, musical de autoria de Chiquinha Gonzaga, que terá entrada franca em suas diversas apresentações.
“Queremos usar o teatro de uma forma lúdica, como uma ferramenta para formar um indivíduo mais capacitado e com mais oportunidades”, finaliza Juliana.
SERVIÇO:
Espetáculo Forrobodó – Projeto Passageiro do Futuro
Duração: 60 minutos
Classificação: Livre
Entrada franca
Programação:
19/10 às 15h00 - Tijuca Tênis Clube - Rua Conde de Bonfim, 451 – Tijuca 20/10 às 15h00 - Sesc São Gonçalo – Av. Presidente Kennedy, 755 – São Gonçalo.
28/10 às 15h00 – Escola Municipal Presidente João Goulart - Rua Barão de Mesquita, 850 – Andaraí
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