Com o sonho de se tornar bailarina profissional, Lavínia já era destaque aos 6 anos e se preparava para ingressar na escolinha de dança do Theatro Municipal
Rio - A pequena Lavínia Azeredo, de 6 anos, assassinada segunda-feira, pela amante do pai, Luciene Reis, de 24, saiu de cena quando se preparava exatamente para subir aos palcos da vida. Aluna de balé clássico e selecionada entre 45 meninas, ela estava sendo lapidada para ingressar, em janeiro do ano que vem, na Escola Estadual de Dança Maria Olenewa.
A instituição, que faz parte da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, é a mais antiga escola de dança do País e o maior celeiro formador de bailarinos profissionais para companhias do Brasil e do exterior. Por lá já passaram personalidades como Bibi Ferreira, Ângela Vieira e Roberta Márquez, hoje a primeira-bailarina do Royal Ballet de Londres.
Há dois anos e meio, Lavínia era uma das 18 alunas da turma preliminar 1 do curso de balé clássico do Projeto Péss, na Apapaf (Associação de Pais e Amigos do Parque Fluminense, em Caxias), instituição voltada para crianças de baixa renda e que funciona próxima à casa onde morava. O vice-presidente da associação, Sérgio Moreno, lembra o primeiro contato com a menina. “A pequena Lavínia era muito inteligente, muito envolvente”, emocionou-se.
“A dona Andréa, mãe de Lavínia, me procurou, dizendo que a filha gostava muito de dançar. Foi a senha para um começo, infelizmente interrompido de forma estúpida, brutal e cruel”, reagiu a professora Simone Merari, de 34 anos, que iniciou a menina na arte de dançar e agora terá de se contentar em guardar como recordação a blusinha e a sapatilha do figurino do último espetáculo, além do arranjo de cabelo que a sua ‘princesinha’ usou na formatura do ano passado.
Em novembro, Lavínia foi aplaudida de pé por 345 pessoas, na plateia do Teatro Raul Cortês, no Centro de Duque de Caxias, onde encenou, como um ‘Pássaro Branco’, a personagem no espetáculo ‘O jardim da Criação’. Ela participou do primeiro e terceiro atos, ficando em cena por 1h50. “Foi uma exibição de gala, inesquecível”, lembra, orgulhosa. Uma imagem que ficará para sempre na lembrança da professora.
Sensibilidade e dedicação
Na avaliação da professora, Lavínia era uma criança sensível e carinhosa. “Mas a primeira característica que eu observei e que mais me chamou a atenção nela, como bailarina, foi o fato de ela ser extremamente delicada nos movimentos”, lembra ela, ressaltando que a aluna possuía muita habilidade e o tipo físico apropriado para se destacar na dança.
Simone ressalta que, apesar da idade, a menina demonstrava maturidade. “Ela parecia saber o que queria da vida. Por isso, me dizia sempre: ‘Tia, o meu grande sonho é ser bailarina’”, lembrou, às lágrimas. A dedicação era outra qualidade de Lavínia: “Era uma menina especial, muito educada, comprometida e determinada, que fazia questão de não faltar às aulas e já queria usar sapatilhas de pontas. Com certeza, todo mundo gostaria de ter uma filha assim”.
GERALDO PERELO
O DIA ONLINE
Rio - A pequena Lavínia Azeredo, de 6 anos, assassinada segunda-feira, pela amante do pai, Luciene Reis, de 24, saiu de cena quando se preparava exatamente para subir aos palcos da vida. Aluna de balé clássico e selecionada entre 45 meninas, ela estava sendo lapidada para ingressar, em janeiro do ano que vem, na Escola Estadual de Dança Maria Olenewa.
A instituição, que faz parte da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, é a mais antiga escola de dança do País e o maior celeiro formador de bailarinos profissionais para companhias do Brasil e do exterior. Por lá já passaram personalidades como Bibi Ferreira, Ângela Vieira e Roberta Márquez, hoje a primeira-bailarina do Royal Ballet de Londres.
Há dois anos e meio, Lavínia era uma das 18 alunas da turma preliminar 1 do curso de balé clássico do Projeto Péss, na Apapaf (Associação de Pais e Amigos do Parque Fluminense, em Caxias), instituição voltada para crianças de baixa renda e que funciona próxima à casa onde morava. O vice-presidente da associação, Sérgio Moreno, lembra o primeiro contato com a menina. “A pequena Lavínia era muito inteligente, muito envolvente”, emocionou-se.
“A dona Andréa, mãe de Lavínia, me procurou, dizendo que a filha gostava muito de dançar. Foi a senha para um começo, infelizmente interrompido de forma estúpida, brutal e cruel”, reagiu a professora Simone Merari, de 34 anos, que iniciou a menina na arte de dançar e agora terá de se contentar em guardar como recordação a blusinha e a sapatilha do figurino do último espetáculo, além do arranjo de cabelo que a sua ‘princesinha’ usou na formatura do ano passado.
Em novembro, Lavínia foi aplaudida de pé por 345 pessoas, na plateia do Teatro Raul Cortês, no Centro de Duque de Caxias, onde encenou, como um ‘Pássaro Branco’, a personagem no espetáculo ‘O jardim da Criação’. Ela participou do primeiro e terceiro atos, ficando em cena por 1h50. “Foi uma exibição de gala, inesquecível”, lembra, orgulhosa. Uma imagem que ficará para sempre na lembrança da professora.
Sensibilidade e dedicação
Na avaliação da professora, Lavínia era uma criança sensível e carinhosa. “Mas a primeira característica que eu observei e que mais me chamou a atenção nela, como bailarina, foi o fato de ela ser extremamente delicada nos movimentos”, lembra ela, ressaltando que a aluna possuía muita habilidade e o tipo físico apropriado para se destacar na dança.
Simone ressalta que, apesar da idade, a menina demonstrava maturidade. “Ela parecia saber o que queria da vida. Por isso, me dizia sempre: ‘Tia, o meu grande sonho é ser bailarina’”, lembrou, às lágrimas. A dedicação era outra qualidade de Lavínia: “Era uma menina especial, muito educada, comprometida e determinada, que fazia questão de não faltar às aulas e já queria usar sapatilhas de pontas. Com certeza, todo mundo gostaria de ter uma filha assim”.
GERALDO PERELO
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