quarta-feira, 9 de março de 2011

Genebra, Nações Unidas - 08/03/2011


Temas: Agricultura e Pescas

Genebra, 08 mar (Lusa) – O mundo está ante uma crise face ao encarecimento dos alimentos e pretende ultrapassá-la com um aumento da produção agrícola que é insuficiente e não tem uma visão de futuro, disse hoje um relator da ONU.
Olivier de Schutter, relator da ONU sobre o direito à alimentação, profetizou que a crise líbia provocará a subida do preço do petróleo, que terá um impacto inflacionista no custo dos alimentos.
“Os próximos meses serão difíceis”, adiantou o investigador que apresentou hoje o seu relatório ao Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra.
Schutter explicou que a crise alimentar não só tem conotações agrícolas, como também “ambientais e de pobreza” e descartou que a solução passe simplesmente por aumentar a produção agroindustrial.
O especialista recordou que os esforços dos últimos 40 anos se dirigiram para o aumento da produção acima das necessidades da população mundial, o que não evitou que 1.000 milhões de pessoas no mundo passem fome.
Paradoxalmente, grande parte são pequenos agricultores marginalizados pelas políticas públicas e que não podem obter lucros dignos pelo seu trabalho.
Schutter denunciou que o mundo se encontra também perante uma “crise ambiental” devido à forma de cultivo que se privilegia e que “é insustentável” pela grande dependência do petróleo e do gás e pelo seu impacto negativo sobre a natureza.
Como alternativa, o especialista defendeu o desenvolvimento de um modelo “ecoagrícola”, que resolveria todos os problemas anteriores, reforçaria a produtividade dos solos e protegeria os cultivos, sem pesticidas nem outros químicos, mas sim graças à combinação benéfica de árvores, plantas, animais e insectos.
“A evidência científica demonstra que a ecoagricultura estimula a produção de alimentos melhores que os fertilizantes químicos”, disse.

NL.


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