domingo, 18 de abril de 2010

Pedreiro preso por assassinato de jovens em GO é encontrado morto



Adimar estava enforcado com uma tira do forro do colchão.
Ele estava preso em cela isolada no Denarc de Goiânia, diz polícia.


O pedreiro Adimar da Silva, preso em Goiás pelo assassinato de seis jovens em Luziânia (GO), foi encontrado morto na cela na manhã deste domingo (18). Ele estava preso em uma cela isolada no Denarc de Goiânia.
Ele estava preso desde o dia 10 de abril, quando confessou ter matado seis jovens que estavam desaparecidos desde dezembro de 2009. O pedreiro ainda indicou à polícia onde os corpos das vítimas estavam escondidos.
Silva já cumpria pena de dez anos e dez meses por atentado violento ao pudor. Ele passou quatro anos em regime fechado e, em dezembro, passou para o regime semiaberto, mesmo mês em que os desaparecimentos tiveram início.
Segundo Norton Luiz Ferreira, delegado chefe de comunicação da Polícia Civil de Goiás, Adimar foi encontrado enforcado com uma tira do forro do colchão da cela por volta das 12h30. De acordo com a polícia, ele teria cometido suicídio.
Na manhã deste domingo ele teria conversado normalmente com os onze presos da cela ao lado, segundo a polícia. "Durante a conversa ele repetiu o depoimento que deu aos delegados e contou como matou os meninos", disse Ferreira.
Segundo a polícia, os vizinhos de cela teriam ouvido um barulho de rasgo de tecidos na tarde deste sábado.

Liberdade questionada
O benefício da liberdade provisória concedido ao pedreiro foi questionado após a descoberta das mortes em Luziânia. Documentos anexados ao processo que devolveu Silva às ruas revelam que a Justiça tinha laudos psicológicos que identificaram “sinais de sadismo” e “de transtornos psicopatológicos” em um exame criminológico realizado um ano e sete meses antes da sua libertação.
A Justiça também foi alertada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) a implementar “fiscalização sistemática” sobre Adimar no dia 14 de janeiro deste ano, quando três dos seis jovens já haviam desaparecido.
No pedido, a promotora Maria José Miranda Pereira sustentou que a vigilância constante da Justiça sobre Adimar poderia “salvar a dignidade sexual de muitas crianças”. A promotora ainda utilizou um argumento direto para justificar sua preocupação sobre a conduta do pedreiro: “Não existe ex-estuprador. Considerando-se que não existe ex-estuprador e, diante da extrema gravidade dos ignóbeis crimes pelo sentenciado cometidos, requeiro seja expedido mandados para fiscalização sistemática e reiterada”, solicitou Maria José.
O pedido da promotora foi escrito de próprio punho atrás de um dos “Mandados de Constatação na Residência” ordenados pela Justiça em 7 de janeiro deste ano, para que um oficial fosse até a residência de Adimar para constatar se ele cumpria as determinações judiciais “de recolher-se à sua residência diariamente, até 21h, e nos dias de folga e feriados”.

Érica Polo


G1

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