quarta-feira, 21 de abril de 2010

Policiais se infiltraram em gangues de vândalos para chegar aos suspeitos da pichação ao Cristo


RIO - A investigação para chegar aos dois suspeitos de terem pichado o Cristo Redentor, no último dia 15, seguiu três linhas: o depoimento de uma testemunha, informações ao Dique-Denúncia e a infiltração de dois policiais - um homem e uma mulher de aparência jovem - em três encontros de gangues de pichadores. Sem se identificar, o policial que se infiltrou contou que duas dessas reuniões aconteceram em Bangu, na Zona Oeste, e a outra, numa praça em Coelho Neto, na Zona Norte.
- Nesses encontros eles assinam uma lista, como se fosse uma ata de reunião, em que registram a marca com a qual fazem suas pichações. Eles só falam das pichações e das alturas alcançadas - relatou o policial.
Ao descrever o último encontro, o policial contou que ouviu os dois nomes, já então suspeitos de terem pichado o Cristo - Zabo e Aids (este teria Paulo como primeiro nome) -, sendo elogiados por terem alcançado a face da estátua do Cristo. Dez policiais, inclusive o delegado Carlos Augusto, estavam próximos do encontro em Coelho Neto, não só para dar proteção aos policiais infiltrados como também à espera de que os suspeitos aparecessem por lá, o que acabou não acontecendo.
O policial infiltrado acrescentou que, no encontro, não houve consumo de droga e não viu ningém armado:
- Havia pessoas de outros bairros e, embora todo mundo fosse de uma classe social mais baixa, havia quem fosse de classe média. Algumas pessoas pareciam ter algum tipo de trabalho.
Além dos retratos, policiais conseguiram o nome e a idade de um dos suspeitos da pichação - Edmar Batista de Carvalho, conhecido como Zabo, de 26 anos - e o apelido de outro: Aids. Os investigadores trabalham com a hipótese de mais dois vândalos terem participado da ação. A 9 DP está fazendo diligências junto com a Delegacia de Crimes Ambientais.

O Disque-Denúncia (2253-1177) oferece R$ 5 mil a quem dê informações que resultem na captura dos pichadores do monumento. A 9ª DP também divulgou um telefone para quem quer fazer qualquer denúncia sobre o caso: 2334-4126.

Segundo o titular da 9ª DP (Catete), Carlos Augusto Nogueira, os autores serão enquadrados em dois crimes: injúria por discriminação, com pena de um a três anos de prisão; e crime ambiental, com pena de seis meses a um ano. Existe ainda a possibilidade de enquadrá-los por formação de quadrilha, o que pode aumentar a pena em pelo menos quatro anos.


O Globo

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