sábado, 1 de maio de 2010

Polícia amplia investigações sobre morte da mãe do menino Sean


Delegado amplia diligência sobre erro médico na morte da estilista carioca.
Médica não teria permitido interferência de outros profissionais.

A Polícia Civil decidiu fazer novas diligências antes de concluir o inquérito sobre a suspeita de negligência médica na morte da estilista Bruna Bianchi Lins e Silva, 34 anos, em 2008. O delegado Carlos Sodré, da 10ª DP (Botafogo), afirmou, nesta sexta-feira (30), que pretendia enviar o relatório ao Ministério Público estadual na próxima semana, mas resolveu ampliar as investigações. Bruna era a mãe do menino Sean, cuja guarda foi obtida pelo pai biológico, o americano David Goldman, num caso de grande repercussão.
O relatório preliminar aponta possível erro médico da equipe que atendeu a estilista na Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro. Já existem duas ações na Justiça – uma na área criminal, outra na cível – , além de uma sindicância, em andamento, no Conselho de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
De acordo com as investigações, mesmo diante do estado gravíssimo da paciente depois do parto, ela teria ficado sob os cuidados de uma médica de 70 anos “que sofre de esclerose múltipla em estágio avançado e com dificuldades de locomoção", já que precisava usar muletas ou cadeira de rodas para se movimentar durante o trabalho na clínica.
A médica seria assistente particular do obstetra Nadir Farah, responsável pelo parto e que não estaria presente no momento em que Bruna começou a se sentir mal e apresentar quadro de hemorragia. Ele teria feito o parto e saído em seguida. Logo depois, Bruna sofreu uma hemorragia tão intensa que evoluiu para uma parada cardíaca.

Ruptura uterina
“A Bruna sofreu uma ruptura uterina e passou a ter uma grande hemorragia. Se ela tivesse voltado na mesma hora para a sala de operação, se os médicos tivessem agido rápido, minha filha teria sido salva”, lamenta a mãe da vítima, Silvana Bianchi.
O advogado da família da vítima, Bruno Tavares, disse que vai aguardar o desenrolar do inquérito para decidir que medidas judiciais serão adotadas. “Essa médica, mesmo sem condições de fazer as intervenções, não permitiu que os médicos do hospital interferissem no atendimento, o que teria causando um constrangimento, por questões éticas. Mas, há que se considerar que, diante das complicações, a responsabilidade passa a ser de todos os profissionais presentes”, afirma.

Médico amigo da família
O obstetra Nadir Farah, de 74 anos, tem mais de cinquenta anos de carreira e é um profissional respeitado em sua especialidade. Amigo de muitos anos da família Bianchi, foi o médico responsável pelo nascimento da própria Bruna. Ele não foi localizado para falar do assunto.
Em nota, nesta sexta-feira (30), a assessoria da Casa de Saúde São José informou que “a paciente contratou a equipe médica para o parto” e que “a sucessão de eventos que levou ao óbito da paciente, portanto, não se relaciona com o hospital, mas com decisões exclusivamente médicas, a cargo da equipe contratada diretamente pela família da paciente”.
A família de Bruna enfrentou um outro drama, logo após a morte da estilista, ao entrar numa batalha judicial com o pai do menino Sean. Em dezembro de 2009, David Goldman conseguiu a guarda do filho e o levou para morar com ele nos Estados Unidos.


G1

Um comentário:

  1. Lamentável e muito triste mesmo esse episódio.
    A família deve agora cuidar bem da menina que precisa muito de todos.
    Isso não deverá interferir na luta pra devolução do menino Sean.
    Uma coisa não tem nada a ver com outra.
    Força para todos.

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