Eles já viveram muitas dificuldades na vida e mesmo depois de tanto sofrimento ainda são vítimas da violência, muitas vezes dentro do próprio lar. Para lembrar a sociedade das diversas formas de agressões contra os idosos várias ações serão realizadas nesta terça-feira (15), em Vitória. A data marca o Dia Mundial de Conscientização da Violência à Pessoa Idosa.
Em Jardim da Penha, Centro, Maria Ortiz e Jardim Camburi idosos vão para as ruas para dizer "não" à violência. Em Maria Ortiz, uma caminhada acontece pelas ruas do bairro seguida de um ato público. Os idosos sairão às 8h do Centro de Convivência da Terceira Idade e seguem até a Praça de Goiabeiras. Já em Jardim da Penha, os idosos se reúnem, a partir das 8h, na Praça do Supermercado Epa, onde participam de atividades físicas, apresentações de dança e música. Quem passar pelo local, também poderá aferir a pressão e medir a glicemia.
A violência está mais perto do que se imagina
O número chega assustar funcionários que trabalham dando assistência à população da terceira idade. De acordo com dados do Centro de Apoio aos Deficientes Físicos e Idosos Vítimas de Violência de Vila Velha (Cadivivi), durante o período de janeiro a maio do ano passado foram realizados 190 atendimentos, entre eles domiciliar, psicológico e familiar. No mesmo período deste ano, o aumento foi de 70%. O centro já recebeu aproximadamente 400 denúncias, uma média de três idosos agredidos por dia.
Segundo o coordenador do Cadivivi, Aljesmar Lima de Moura, 95% das agressões são registradas em ambiente familiar. São filhos, netos e até genros e noras agredindo pessoas acima de 60 anos. "As principais situações que atendemos são as violações de direito. Que ocorrem por abandono, negligência, maus tratos, violência física, apoderamento de benefícios ou de aposentadoria".
Após receberem a denúncia, funcionários do núcleo vão até o local para saber se o caso é verdadeiro. Se constatada a violência, a vítima passa por um processo de atendimento. A finalidade do projeto é conscientizar as pessoas a conviverem de forma harmoniosa com as pessoas mais velhas.
Os cuidados vão desde atendimento psicossocial até a serviços na área jurídica. Em algumas situações, os casos são encaminhados para o Ministério Público. O tempo de observação acompanhada pode variar de uma semana até meses. Tudo depende da aceitação do agressor e também da família da vítima.
Para o coordenador do Cadivivi, o aumento no número de denúncias ocorre pelo fato das pessoas terem mais conhecimento do trabalho realizado pelo núcleo. "Quando os idosos passam a saber que têm um programa que vai atender a violência cometida contra eles, o número das denúncias aumenta. Afinal, a partir deste momento, eles sabem que têm como tomar uma atitude sobre os fatos. Por isso conseguimos sensibilizar e temos a nossa demanda aumentada cada vez mais".
Casos
Mesmo tendo que lidar com diversas situações, a psicologa do Cadivivi, Rita Paula Rodrigues Galvão, fica sensibilizada com as histórias que atende. Em um dos atendimento que teve resultado positivo, a vítima era agredida fisicamente pela filha e o genro, além de receber ameaças.
"Nós fortalecemos a idosa, no sentido dela procurar os direitos dela. Fizemos acompanhamento jurídico e psicológico. Entramos em contato com a filha e também com a juíza. E em dois meses a vítima conseguiu tirar a filha e o companheiro de dentro de casa".
Mas infelizmente nem todos os atendimentos terminam com um final feliz. Rita já teve casos em que a vítima não resistiu as agressões e acabou morrendo. "A agressão física pode levar ao óbito. Mas, principalmente a emocional. Os idosos entram num estado de alteração tão grande que pode acontecer de ter um infarto, um AVC. Afinal, eles estão propensos a isso por causa da fragilidade. Infelizmente já perdermos alguns atendidos. É extremamente frustrante para a equipe, pois em uma semana conseguimos avançar, mas na outra perdemos o idoso por causa da situação avançada".
Em Vitória há o Núcleo Contra Violência ao Idoso (Nucavi). As denúncias também chegam por meio de telefonemas, encaminhamentos de outras instituições e até mesmo pela ida da vítima ao local.
De acordo com a assistente social, Carla Silva Xavier, muitas pessoas ainda não conhecem o trabalho do núcleo. Mas a dificuldade em realizar o atendimento ocorre por conta da resistência do idoso ao denunciar as agressões.
"O idoso tem muito medo, porque na maioria dos casos o agressor é o próprio filho. Assim a vítima fica muito temerosa, pois sabe que vai expor a família e muitas vezes o filho".
Ajuda
Para ajudar a família no entendimento ao processo de envelhecimento, o Conselho Municipal do Idoso (Comid) criou uma cartilha que é distribuída de graça no Comid. "Nela estão contemplados alguns temas, como saúde, nutrição, saúde bucal e psicológico. Afinal o nosso país é a sexta nação em população idosa. Não somos mais um país de jovens".
A cartilha pode ser retirada na sede do Comid, na avenida Desembargador Santos Neves, nº 1489, na Praia do Canto. O telefone de contato é: 3382-6174.
Para quem precisa de ajuda o telefone do Nucavi em Vitória é: 3347-0076, já em Vila velha a assistência é feita pelo Cadivivi no telefone: 3229-0981.
(Com informações de Carla Einsfeld)
Gazeta Online
Em Jardim da Penha, Centro, Maria Ortiz e Jardim Camburi idosos vão para as ruas para dizer "não" à violência. Em Maria Ortiz, uma caminhada acontece pelas ruas do bairro seguida de um ato público. Os idosos sairão às 8h do Centro de Convivência da Terceira Idade e seguem até a Praça de Goiabeiras. Já em Jardim da Penha, os idosos se reúnem, a partir das 8h, na Praça do Supermercado Epa, onde participam de atividades físicas, apresentações de dança e música. Quem passar pelo local, também poderá aferir a pressão e medir a glicemia.
A violência está mais perto do que se imagina
O número chega assustar funcionários que trabalham dando assistência à população da terceira idade. De acordo com dados do Centro de Apoio aos Deficientes Físicos e Idosos Vítimas de Violência de Vila Velha (Cadivivi), durante o período de janeiro a maio do ano passado foram realizados 190 atendimentos, entre eles domiciliar, psicológico e familiar. No mesmo período deste ano, o aumento foi de 70%. O centro já recebeu aproximadamente 400 denúncias, uma média de três idosos agredidos por dia.
Segundo o coordenador do Cadivivi, Aljesmar Lima de Moura, 95% das agressões são registradas em ambiente familiar. São filhos, netos e até genros e noras agredindo pessoas acima de 60 anos. "As principais situações que atendemos são as violações de direito. Que ocorrem por abandono, negligência, maus tratos, violência física, apoderamento de benefícios ou de aposentadoria".
Após receberem a denúncia, funcionários do núcleo vão até o local para saber se o caso é verdadeiro. Se constatada a violência, a vítima passa por um processo de atendimento. A finalidade do projeto é conscientizar as pessoas a conviverem de forma harmoniosa com as pessoas mais velhas.
Os cuidados vão desde atendimento psicossocial até a serviços na área jurídica. Em algumas situações, os casos são encaminhados para o Ministério Público. O tempo de observação acompanhada pode variar de uma semana até meses. Tudo depende da aceitação do agressor e também da família da vítima.
Para o coordenador do Cadivivi, o aumento no número de denúncias ocorre pelo fato das pessoas terem mais conhecimento do trabalho realizado pelo núcleo. "Quando os idosos passam a saber que têm um programa que vai atender a violência cometida contra eles, o número das denúncias aumenta. Afinal, a partir deste momento, eles sabem que têm como tomar uma atitude sobre os fatos. Por isso conseguimos sensibilizar e temos a nossa demanda aumentada cada vez mais".
Casos
Mesmo tendo que lidar com diversas situações, a psicologa do Cadivivi, Rita Paula Rodrigues Galvão, fica sensibilizada com as histórias que atende. Em um dos atendimento que teve resultado positivo, a vítima era agredida fisicamente pela filha e o genro, além de receber ameaças.
"Nós fortalecemos a idosa, no sentido dela procurar os direitos dela. Fizemos acompanhamento jurídico e psicológico. Entramos em contato com a filha e também com a juíza. E em dois meses a vítima conseguiu tirar a filha e o companheiro de dentro de casa".
Mas infelizmente nem todos os atendimentos terminam com um final feliz. Rita já teve casos em que a vítima não resistiu as agressões e acabou morrendo. "A agressão física pode levar ao óbito. Mas, principalmente a emocional. Os idosos entram num estado de alteração tão grande que pode acontecer de ter um infarto, um AVC. Afinal, eles estão propensos a isso por causa da fragilidade. Infelizmente já perdermos alguns atendidos. É extremamente frustrante para a equipe, pois em uma semana conseguimos avançar, mas na outra perdemos o idoso por causa da situação avançada".
Em Vitória há o Núcleo Contra Violência ao Idoso (Nucavi). As denúncias também chegam por meio de telefonemas, encaminhamentos de outras instituições e até mesmo pela ida da vítima ao local.
De acordo com a assistente social, Carla Silva Xavier, muitas pessoas ainda não conhecem o trabalho do núcleo. Mas a dificuldade em realizar o atendimento ocorre por conta da resistência do idoso ao denunciar as agressões.
"O idoso tem muito medo, porque na maioria dos casos o agressor é o próprio filho. Assim a vítima fica muito temerosa, pois sabe que vai expor a família e muitas vezes o filho".
Ajuda
Para ajudar a família no entendimento ao processo de envelhecimento, o Conselho Municipal do Idoso (Comid) criou uma cartilha que é distribuída de graça no Comid. "Nela estão contemplados alguns temas, como saúde, nutrição, saúde bucal e psicológico. Afinal o nosso país é a sexta nação em população idosa. Não somos mais um país de jovens".
A cartilha pode ser retirada na sede do Comid, na avenida Desembargador Santos Neves, nº 1489, na Praia do Canto. O telefone de contato é: 3382-6174.
Para quem precisa de ajuda o telefone do Nucavi em Vitória é: 3347-0076, já em Vila velha a assistência é feita pelo Cadivivi no telefone: 3229-0981.
(Com informações de Carla Einsfeld)
Gazeta Online
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