sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O beijo gay chega à campanha nacional no programa eleitoral da TV do candidato do PSTU, Zé Maria


RIO - Depois da polêmica em São Paulo, onde foi exibido no horário eleitoral gratuito do PSOL , o beijo gay chegou à campanha nacional - desta vez na propaganda do PSTU. O candidato do partido à Presidência da República, Zé Maria, disse no programa desta quinta-feira que "a luta contra todas as formas de opressão é parte fundamental do programa socialista". Enquanto isso, apareciam no vídeo cartazes com frases como "Não há capitalismo sem homofobia" e fotos de casais homossexuais se beijando.
O programa do PSTU foi aberto com a candidata a vice, Cláudia Durans, criticando a violência contra as mulheres e fazendo a defesa da política de inclusão social. Para ilustrar o discurso de Cláudia, foi exibido um vídeo de Eliza Samúdio, ex-amante do goleiro Bruno.
- As mortes de Eliza (Samúdio) e Mércia (Nakashima) são um retrato da impunidade. A Lei Maria da Penha não protegeu Elisa, como não protege as mulheres trabalhadoras, negras e pobres. O racismo ainda é forte no Brasil - disse Cláudia.

Segundo a assessoria do PSTU no Rio, o beijo gay está dentro da linha do partido, de propor temas para serem debatidos com a sociedade. Ainda de acordo com o PSTU, a luta contra a homofobia é uma das principais bandeiras do partido e por isso será mostrada no horário eleitoral gratuito. Outros temas polêmicos, como a legalização do aborto e a retirada das tropas brasileiras do Haiti, deverão ser abordados na propaganda do partido.
Em São Paulo, um beijo gay entre dois jovens exibido no programa eleitoral do PSOL, no último dia 18, causou enorme polêmica. O candidato do partido ao governo do estado, Paulo Búfalo, defendeu a estratégia:
- Nós avaliamos que as demonstrações de carinho precisam ser mostradas. São manifestações legítimas e mostram que o estado precisa ter políticas públicas para isso. Esse debate não aparece nas campanhas por conta de um forte conservadorismo vigente. Não posso querer governar um estado apenas em virtude dos princípios religiosos ou puramente ideológicos. O estado precisa ser laico, democrático. Precisa combater a homofobia nas suas políticas - disse o candidato ao portal IG. Pedro Ekman, que dirigiu a peça publicitária do PSOL, explicou que a intenção não foi chocar, mas simplesmente celebrar a diversidade.

Paulo Marqueiro e Maiá Menezes


O Globo

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