domingo, 26 de setembro de 2010

Antonio Alves do Couto: Pressão fora de controle


Cardiologista do Hospital dos Servidores do Estado e professor da UFF

A hipertensão atinge normalmente pessoas a partir de 30 anos, e sua frequência aumenta com o envelhecimento — 80% dos com mais de 80 anos são hipertensos. Mas a doença vem atingindo também crianças e adolescentes devido ao sedentarismo e à obesidade. E a pressão alta pode causar danos a órgãos como cérebro (derrame), coração (infarto), rins (insuficiência renal) e artérias e veias.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o Brasil será o país com maior número de infartos do miocárdio em 2040. A previsão se baseia em tabagismo, colesterol, sedentarismo e estresse.
O uso de anabolizantes e bebidas alcoólicas também pode levar à pressão alta, assim como as drogas. As medidas que possam evitar que a hipertensão surja precocemente devem ser estimuladas. Entre as principais formas de prevenção estão alimentação saudável e atividades físicas.
Uma vez com a hipertensão, o tratamento com medicamentos que reduzem a pressão arterial e protegem os órgãos afetados por ela se torna necessário. A associação de medicamentos, como os inibidores da renina, bloqueadores do cálcio e diuréticos, obtém ótimos resultados.
Para diagnosticar a doença, além do histórico do paciente e do exame clínico, é possível avaliar biomarcadores que indicam possíveis complicações da hipertensão no futuro, verificando a dosagem do BNP (peptídeo natriurético B) no sangue e da albumina na urina.
É importante salientar que o médico representa o pilar maior da orientação e escolha da medicação. Esperamos ser um país de progresso e que chegue o momento em que possamos dizer que a hipertensão está sob controle.


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