Os meninos da escola começam com umas brincadeiras de lutinha... Dão tapa e soco... Ficam passando rasteira uns nos outros. A maioria das meninas acha idiotice, mas eles gostam pq querem mostrar q são homens e aguentam a brincadeira... O vencedor fika se achando o fortão.
BRIGA DE MENTIRA Na adolescência, brincadeiras físicas são um momento exploração do corpo do outro
A agressividade faz parte da adolescência, mas os casos de violência entre os jovens aumentaram e tornaram-se mais graves nos últimos dez anos. Entender o fenômeno é o primeiro passo para preveni-lo
No Rio de Janeiro, um estudante de 12 anos foi espancado por outro de 16 com golpes de porrete. Em Brasília, um aluno de 15 foi internado em estado grave após ser agredido por oito adolescentes na saída da escola. Em Natal, a polícia teve de conter um tumulto entre 60 jovens de gangues de colégios rivais. Em Matinha, a 245 quilômetros de São Luís, um menino de 11 anos matou um colega de 15 com um canivete. A impressão de que casos assustadores como esses (todos retratados pelo noticiário policial do mês de julho deste ano) têm se tornado cada vez mais comuns é confirmada pelas últimas estatísticas. De acordo com o estudo Mapa da Violência 2010, um levantamento do Instituto Sangari, em São Paulo, que toma como base a taxa de homicídios dos 5.564 municípios brasileiros, entre 1997 e 2007 o total de assassinatos entre jovens de 14 e 16 anos aumentou 30% - o maior crescimento entre todas as faixas etárias. Atônitos, pais e professores se perguntam: o que fazer para reduzir
essa escalada?
Mergulhar nas causas do fenômeno é um bom começo para ir além do choque. De início, é preciso lembrar que a agressividade tende a andar com a juventude, uma fase de descoberta também dos impulsos violentos. Na puberdade, o contato físico é uma maneira inconsciente de explorar a pele do outro. Essa atividade envolve uma experimentação que pode ganhar formas mais ríspidas, sem necessariamente indicar descontrole ou intenção de humilhar. Exemplos disso são as lutas simuladas e outras "brincadeiras de mão" típicas da fase, como ilustra o depoimento de Cecília*, 15 anos (leia o destaque acima).
Mudanças fisiológicas também explicam parte da agressividade. Na passagem para a adolescência, o centro de recompensa, área cerebral relacionada à produção de serotonina (neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar), é reduzido à metade. Como os níveis da substância caem, o adolescente tem mais dificuldade em ficar satisfeito - daí vem a irritabilidade que marca o período. Inclinado à impaciência, ele pode se alterar com qualquer contrariedade.
O ambiente social também influi. A começar pelas características de gênero (que se referem aos papéis culturais que a sociedade atribui a homens e mulheres). Um exemplo: a partir do momento em que um garoto desafia o outro numa briga, a recusa é vista como uma falta de virilidade, já que a dominação e o perigo são tidos como características masculinas. Isso ajuda a entender porque 90% das agressões em ambiente escolar são cometidas por meninos.
Continue lendo:
. As meninas também estão mais agressivas na escola e na vida
. A escola deve indicar, com clareza, a necessidade de respeitar o outro
Nova Escola
No Rio de Janeiro, um estudante de 12 anos foi espancado por outro de 16 com golpes de porrete. Em Brasília, um aluno de 15 foi internado em estado grave após ser agredido por oito adolescentes na saída da escola. Em Natal, a polícia teve de conter um tumulto entre 60 jovens de gangues de colégios rivais. Em Matinha, a 245 quilômetros de São Luís, um menino de 11 anos matou um colega de 15 com um canivete. A impressão de que casos assustadores como esses (todos retratados pelo noticiário policial do mês de julho deste ano) têm se tornado cada vez mais comuns é confirmada pelas últimas estatísticas. De acordo com o estudo Mapa da Violência 2010, um levantamento do Instituto Sangari, em São Paulo, que toma como base a taxa de homicídios dos 5.564 municípios brasileiros, entre 1997 e 2007 o total de assassinatos entre jovens de 14 e 16 anos aumentou 30% - o maior crescimento entre todas as faixas etárias. Atônitos, pais e professores se perguntam: o que fazer para reduzir
essa escalada?
Mergulhar nas causas do fenômeno é um bom começo para ir além do choque. De início, é preciso lembrar que a agressividade tende a andar com a juventude, uma fase de descoberta também dos impulsos violentos. Na puberdade, o contato físico é uma maneira inconsciente de explorar a pele do outro. Essa atividade envolve uma experimentação que pode ganhar formas mais ríspidas, sem necessariamente indicar descontrole ou intenção de humilhar. Exemplos disso são as lutas simuladas e outras "brincadeiras de mão" típicas da fase, como ilustra o depoimento de Cecília*, 15 anos (leia o destaque acima).
Mudanças fisiológicas também explicam parte da agressividade. Na passagem para a adolescência, o centro de recompensa, área cerebral relacionada à produção de serotonina (neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar), é reduzido à metade. Como os níveis da substância caem, o adolescente tem mais dificuldade em ficar satisfeito - daí vem a irritabilidade que marca o período. Inclinado à impaciência, ele pode se alterar com qualquer contrariedade.
O ambiente social também influi. A começar pelas características de gênero (que se referem aos papéis culturais que a sociedade atribui a homens e mulheres). Um exemplo: a partir do momento em que um garoto desafia o outro numa briga, a recusa é vista como uma falta de virilidade, já que a dominação e o perigo são tidos como características masculinas. Isso ajuda a entender porque 90% das agressões em ambiente escolar são cometidas por meninos.
Continue lendo:
. As meninas também estão mais agressivas na escola e na vida
. A escola deve indicar, com clareza, a necessidade de respeitar o outro
Nova Escola
Nenhum comentário:
Postar um comentário