quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sala onde menino foi baleado passou por limpeza antes de perícia chegar



Crime aconteceu em escola particular de Embu, na Grande São Paulo.
Corpo de Miguel Ricci, de 9 anos, foi enterrado nesta quinta-feira (30).

A polícia já ouviu dez funcionários e duas crianças que estudam na Escola Adventista de Embu, na Grande São Paulo, onde o menino Miguel Cestari Ricci, de 9 anos, foi baleado na quarta-feira (29). Peritos precisaram usar um reagente químico na sala de aula onde aconteceu o crime, pois o local passou por limpeza antes da chegada dos técnicos.
O enterro da criança aconteceu na tarde desta quinta-feira (30) no Cemitério São Paulo, na Zona Oeste da capital paulista. Ainda muito abalados, os pais de Miguel preferiram ficar em silêncio durante o velório. Outros parentes dizem que têm muitas dúvidas. Uma delas: por que os responsáveis pela escola, ao encontrar o garoto baleado, decidiram levá-lo para o hospital da cidade vizinha de Taboão da Serra? “A escola foi muito negligente quanto ao socorro. Se eles tivessem chamado o resgate, meu neto poderia estar vivo”, disse o avô Antônio dos Santos.
Na sala onde Miguel passava pelo menos quatro horas por dia, a garrafinha d'água ficou sobre a carteira que ele usava. A mochila do menino, na carteira da frente. Ele foi encontrado sozinho e ferido por funcionários do colégio, caído diante da mesa da professora. A polícia tem certeza de que Miguel levou um tiro dentro da sala de aula. Depois de socorrido, o local foi limpo antes de a perícia chegar. Peritos confirmaram onde tudo aconteceu usando um reagente químico, que apontou, no chão da sala, uma mancha de sangue.
Na madrugada desta quinta-feira (30), uma nova perícia foi feita na escola e, nesta manhã, a polícia recolheu materiais. Segundo a investigação, o tiro partiu de um revólver calibre 38. O tiro foi disparado de cima para baixo, por alguém que estava muito perto de Miguel, com a arma a cinco centímetros do corpo dele. Na camiseta do menino, ficaram manchas de sangue. E, perto do furo, a marca de pólvora que confirma o disparo a queima-roupa.
A polícia vai ouvir pais, estudantes e funcionários do colégio e espera conseguir, rapidamente, respostas para perguntas que estão sem explicação. A arma do crime ainda não foi encontrada, não se sabe quem atirou nem a causa do assassinato. “As equipes estão na rua, estamos colhendo provas, não dá ainda para entrar em detalhes sobre isso”, disse o delegado Carlos Roberto Ceroni.
A Escola Adventista, que suspendeu as aulas até segunda-feira (4), disse que o atendimento ao garoto foi imediato por causa da gravidade do caso. E que apenas a investigação poderá dizer se houve negligência. O G1 procurou a assessoria de imprensa e o advogado da escola para comentar a questão da limpeza da sala, deixou recado nos celulares e aguarda retorno.



G1

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