sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Criança não trabalha


Trabalho Infantil Região Sudeste

Minas Gerais
Meio milhão de crianças trabalham como domésticas no Brasil
O trabalho infantil mais difícil de ser combatido está na casa das famílias de classe média. São as 502 mil crianças e adolescentes que trabalham como empregadas domésticas no País.
Cerca de 43,66% têm entre 12 e 15 anos e quase um terço começou a trabalhar entre 5 e 11 anos. Os números foram revelados pela OIT, Unicef e Secreária de Assistência Social.
Entre as crianças que atuam como domésticas no Brasil, 52,8% trabalham por mais de 40 horas semanais e 55,5% não tiram férias. Entre as 73,5% que ganham recompensa em dinheiro, 64,2% recebem menos de meio salário mínimo.
A OIT durante 1 ano, entrevistou 1029 crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos, famílias e empregadores em três capitais brasileiras: Belém, Recife, Belo Horizonte. Nesses lugares, o trabalho doméstico infantil é um hábito.
Segundo Creuza Maria Oliveira, presidente da Federação Nacional das Empregadas Domésticas ,essas crianças e adolescentes estão expostos ao assédio sexual, à agressão física,ao cercamento da liberdade e opressão.
"As pessoas procuram jovens que não estudem e morem no emprego, esse é o perfil do trabalhador que a classe média quer. E acham isso normal," afirma ela.
Minas Gerais é o Estado com o maior número de crianças e adolecentes no trabalho doméstico.

Pesquisa do (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), revela que 72.879 crianças e adolecentes de 5 a 17 anos, trabalham mais de 40 horas semanais em casas de família recebendo menos de um salário mínimo.
Além disso estão na ilegalidade, sem carteira assinada.
Meninas pobres de regiões rurais deixam suas famílias para enfrentar o trabalho doméstico nos centros urbanos e, acreditam dessa forma, melhorar a qualidade de vida. Os pais raramente são contra.
O estudo mostra que crianças e adolecentes também trabalham para famílias de classse social próxima a delas . Recebe muitas vezes o que essas famílias chamam de um agrado, uma ajuda.

Espiríto Santo
Mais de 30% da renda familiar fica sob a responsabilidade de 16,2% de jovens, no ES
O trabalho infantil resiste no Espírito Santo, das crianças de 5 a jovens de 17 anos que tem alguma ocupação, 46,4% eram de 5 a 15 anos. Em 2007, a maior parte destas pessoas contribuíam com até 10% do orçamento familiar mensal. Neste quadro, 32,4% ajudavam com mais de 10% e até 30% da renda da família. Já 16,2% eram responsáveis por mais de 30% do rendimento da casa, no mês. É o que registra a Síntese de Indicadores Sociais, que avalia as condições de vida da população brasileira, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE) e divulgada em 24/09/08.

Rio de Janeiro
As crianças que trabalham para o tráfico de drogas
Estudo do progarama Rotas de Fuga, do observatório de Favelas do Rio de Janeiro/2006, através de entrevistas com 230 crianças e adolecentes de 84 comunidades da cidade do Rio, traçou o perfil sócio-econômico, cultural e educacional dos envolvimentos com o tráfico.
Os entrevistados tinham entre 11 e 24 anos e 57,4% ingressaram na atividade quando tinham entre 13 e 15 anos. Dos 230 crianças e adolecentes ao final do estudo de dois anos, 45 havíam morrido, 30 havíam saído voluntáriamente do tráfico, 46 não foram encontrados e 97 continuavam trabalhando com o tráfico.
O interesse pela mão de obra infanto-juvenil no narco tráfico se da às vantagns do custo reduzido das crianças tanto para o pagamento das finanças como para o pagamento de propinas à polícia, também o tempo disponível para o trabalho, 57 % dos entrevistados disseram não ter nenhum dia de folga, os outros que tem direito ainda que de folga, permanecem disponíveis para o tráfico.
As crianças e adolecentes ingressam como forma de adquirir prestígio, vivenciar fortes emoções, e o lucro fácil que proporciona o consumo de bens que não poderiam comprar.
Os fogueteiros, que soltam fogos de artifício para avisar a chegada da polícia, recebem em torno de R$ 50,00 por semana, os "soldados", que fazem a segurança dos pontos de venda, e os "vapores" ou "aviões"( vendedores de droga nas bocas-de-fumo), afirmaram ganhar entre 1 e 3 salários mínimos.
A atividade de "vapor" ou "avião" corresponde a 33% dos entrevistados.
A pesquisa constatou a precariedade da vida desses jovens, 89,57% se declararam usuários de dropgas e 27% começaram antes de 12 anos.
É altoo índece de evação escolar, apenas 5,2% concluíram o ensino médio. A maioria estudou apenas até a 5ª série e apenas 7% ainda tinham vínculo com a escola.
As jovens disseram ser difícil o acesso a espaços públicos fora da comunidade o que restringe o universo sócio-cultural. Os enfrentamentos com a polícia foram a causa de 60,4% das mortes registradas ao longo do estudo.
O fator importante para permanecer nesta atividade se da a ligação com o grupo, depois de um tempo as crianças e adolecentes se tornam conhecidos dos grupos rivais e da polícia. Momento que não é mais possível deixar a rede social da narco tráfico.
Muitos temem a prisão, a morte e a traição dos amigos.

Crianças trabalhando em lixão
Todas as tardes o ritual de Tatiana, de 7 anos, e de Raquel, de 6 anos, é o mesmo: catar lata e papelão no lixão de Campops, no norte fluminense. As duas acompanham as mães que trabalham como catadoras, onde juntas tiram em média R$ 100 por mês, a renda total para o sustento delas e de mais sete crianças.
"Catar lixo não é bom," diz Tatiana que anda descalça em meio as latas, plásticos e vidros.
Para Raquel é a mesma coisa. Em casa ou na escola é muito melhor.
A catadora Angela, de 25 anos, mãe solteira de Tatiana e mais outros quatro filhos, diz já ter procurado auxílio nos projetos sociais.Ângela recentemente sofreu um corte profundo no braço ao trabalhar à noite no lixão. Mesmo com vários pontos, não deixou de trabalhar. Analfabeta, Ângela diz que gostaria de não ver os filhos no lixão.
Ela começou a trabalhar no lixão aos 14 anos e diz que não consegue arrumar coisa melhor

O conselheiro tutelar Ely Araújo, trabalha em contato com as famílias carentes de Campos e diz que a demanda dos que necessitam estar nos projetos sociais é maior que a oferta. Nós não temos acesso aos critérios de avaliação. Muitas vezes, os que necessitam não tem acesso às vagas.
Ely também disse que está difícil segurar algumas crianças longe do trabalho porque mesmo com as bolsas muitas famílias mandam novamente os filhos para o trabalho.
Entre as várias crianças trabalhando no lixão de Campos, M. de 14 anos, foi um dos casos que mais chamou a atenção do conselheiro tutelar.
Dizendo -se homosexual, M. assumiu que tem relações sexuais com os motoristas dos caminhões que levam lixo ao depósito. O menor disse que é a forma que encontrou para ganhar dinheiro.
Ely diz que envia os pedidos de auxílio e cobra as respostas, o mais rápido possível.
"Mas enquanto isso, as crianças continuam trabalhando em condições sub-humanas como no lixão, no tráfico de drogas, quebrando pedra ou em olarias", disse ele.

Crianças que trabalham em São Paulo





Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas(Fipe), mostra que 2000 crianças e adolecentes trabalham em São Paulo . A pesquisa revela seus hábitos, perfil e localização preferida.
Foram recenseados 1842 crianças e adolecentes em 538 pontos localizados em 27 das 31 subprefeituras da capital.
Entre dados obtidos estão, por exemplo, que 58,4% das crianças e adolecentes encontrados pelos pesquisadores nas ruas trabalham com venda de produtos ou prestação de serviços, 64,9%, atuando no centro expandido(especialmente na região da subprefeitura da Sé) e 35% em áreas mais periféricas.
Das crianças encontradas nas ruas 15,7% tem até seis anos de idade. A maioria 54,7% tem entre 12 e 17 anos e uma parcela significativa, 28,8% entre 7 e 11 anos.
Em média, 82,6% das crianças permanecem nas vias e locais públicos, pelo menos cinco dias da semana, sendo que 66,9% também à noite. Apenas 34,3% disseram que estão na escola.
A situação de exploração de trabalho infantil dentre as crianças com menos de 7 anos, 36,9% vendiam produtos e possivelmente eram usadas para facilitar o comércio para adultos.
As subprefeituras que concentram maior número de crianças e adolecentes nas ruas são: Sé, Santo Amaro,Vila Mariana, Lapa e Móoca, locais escolhidos estratégicamente, pois são locais em situação privilegiada, onde há comércio, bares e boas condições viárias.
Principais ações: 38% vendem produtos, 49,6% pedem esmolas sendo a única ativedade ou não, 76% permanecem nas ruas sem a presença de adultos.

9 ANOS É A IDADE
de uma das garotas prostituídas na Ceagesp, na zona oeste de SP.
Jornal da tarde - 15.9.08
Cerca de 30 é o número de adolecentes, algumas ainda crianças a mais nova com 9 anos, se prostituindo na área da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
Um programa custa, em média, R$ 30.
Essas garotas não se sentem exploradas. Dizem que estão trabalhando para sobreviver e muitas com o aval da família.
"Futuro? Nunca penso nisso, não tenho planos. Quero meu dinheiro hoje para sustentar minha filha e comprar minhas coisas," diz C.,de 16 anos, mãe de uma menina de 2, que parou de estudar na 5ª série.
Algumas meninas contam que se prostituíram em consequencia do trabalho de muambar(catar as sobras), levadas pela mã"A gente vinha com as nossa mãe para pegar comida e aí os caras falavam que davam R$ 30 para fazer sexo. É bem mais fácil assim , né?", diz P,de 14 anos, dois abortos este ano.
Ela se prostitui na Ceagesp com três irmãs, a menor com 9 anos, e tem outros sete irA Prefeitura e a empresa firmarem um convênio para instalar uma base com agentes que combaterão a prática.
O desafio dos agentes de proteção que trabalharão na base no entreposto será estabelecer vínculos com essas meninas para resgatá-las da situação de exploração e violência em que se encontram.

Dulcineia - 8 de novembro de 2008


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