RIO - O depoimento de uma babá pode complicar a situação do técnico judiciário André Rodrigues Martins, pai de Joanna Cardoso Marcenal Marins, de 5 anos, que morreu no mês passado . De acordo com a mulher, contratada por André para cuidar de Joanna, em seu primeiro dia de trabalho ela se deparou com uma cena de horror. Segundo a babá, a criança estava no canto de um quarto, "deitada no chão, amarrada numa fita-crepe nos pés e nas mãos e toda suja de xixi e cocô (sic)".
Ela contou que, diante do seu espanto, o técnico judiciário disse que a menina estava "daquele jeito" por ter sofrido uma convulsão no dia anterior. Ele teria alegado ainda que seguia "recomendação médica". A empregada contou também, em depoimento à delegada interina da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, Gisele Brasil Vilarinho Faro, que Joanna não estava de fralda, apenas de calcinha e camiseta regata. A babá teria se oferecido para limpar a criança e colocá-la na cama, mas o pai teria argumentado que a menina sujaria tudo e sua mulher, madrasta de Joanna, Vanessa Maia, "não iria gostar". André teria dito que a filha era "especial".
Segundo a babá, André saiu com as outras duas filhas e, depois de duas horas, retornou e deu um banho em Joanna. A empregada disse ter visto que havia um tapete no quarto onde a menina dormia que estava sujo de fezes.
No dia seguinte, a babá viu colchonetes espalhados no quarto do casal, onde as meninas dormiam. Percebeu que no closet havia um outro colchonete, todo sujo, e deduziu ser o local onde Joanna dormia.
A empregada disse que foi contratada para cuidar de Joanna e das outras duas filhas de André em 13 de julho, quando foi entrevistada por Vanessa. No dia seguinte, conheceu as crianças. Foi aí que ela se deparou com o quadro de maus-tratos.
Comovida, a babá contou que se aproximou de Joanna e lhe perguntou o que estava acontecendo. A criança respondeu que não podia "abrir os olhos, porque estavam ardendo". Depois disso, Joanna não teria conseguido falar mais nada, apenas gemer. Nos demais dias em que trabalhou para a família, a empregada percebeu tristeza no olhar da menina e lhe perguntou o motivo. A criança teria dito que estava com saudades da avó materna. No dia 19 de julho, numa segunda-feira, depois de folgar no domingo, a babá soube que a criança havia sido internada.
Depoimento deve ajudar peritos do IML
O depoimento será usado para ajudar os peritos do Instituto-Médico Legal (IML) na conclusão dos exames complementares sobre queimaduras nas nádegas de Joanna. As declarações comprovam que a menina sofria maus-tratos e estava fragilizada. Segundo o infectologista Edimilson Migowski, professor de infectologia pediátrica da UFRJ, uma criança com a imunidade baixa por estar com algum tipo de estresse, ao ter contato com o vírus do herpes, pode sofrer uma meningite, tendo seu sistema nervoso central afetado. Conforme O GLOBO noticiou segunda-feira, o IML já sabe que Joanna morreu vítima de uma meningite causada pelo vírus do herpes . Em nota, o instituto informou que o laudo não está pronto.
Joanna era alvo de uma disputa judicial entre os pais dela. Em julho, quando estava na casa do pai, a menina tinha acabado de ser afastada do convívio da mãe, Cristiane Cardoso Marcenal, por 90 dias, por decisão da juíza Cláudia Viera, juíza da 1 Vara de Família de Nova Iguaçu.
Ao sofrer uma crise e ser levada para o Hospital Rio-Mar, na Barra, Joanna ainda recebeu os primeiros socorros de um falso médico. Segundo Migowski, raros são os casos de meningite viral que causam morte.
Vera Araújo
O Globo
Ela contou que, diante do seu espanto, o técnico judiciário disse que a menina estava "daquele jeito" por ter sofrido uma convulsão no dia anterior. Ele teria alegado ainda que seguia "recomendação médica". A empregada contou também, em depoimento à delegada interina da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, Gisele Brasil Vilarinho Faro, que Joanna não estava de fralda, apenas de calcinha e camiseta regata. A babá teria se oferecido para limpar a criança e colocá-la na cama, mas o pai teria argumentado que a menina sujaria tudo e sua mulher, madrasta de Joanna, Vanessa Maia, "não iria gostar". André teria dito que a filha era "especial".
Segundo a babá, André saiu com as outras duas filhas e, depois de duas horas, retornou e deu um banho em Joanna. A empregada disse ter visto que havia um tapete no quarto onde a menina dormia que estava sujo de fezes.
No dia seguinte, a babá viu colchonetes espalhados no quarto do casal, onde as meninas dormiam. Percebeu que no closet havia um outro colchonete, todo sujo, e deduziu ser o local onde Joanna dormia.
A empregada disse que foi contratada para cuidar de Joanna e das outras duas filhas de André em 13 de julho, quando foi entrevistada por Vanessa. No dia seguinte, conheceu as crianças. Foi aí que ela se deparou com o quadro de maus-tratos.
Comovida, a babá contou que se aproximou de Joanna e lhe perguntou o que estava acontecendo. A criança respondeu que não podia "abrir os olhos, porque estavam ardendo". Depois disso, Joanna não teria conseguido falar mais nada, apenas gemer. Nos demais dias em que trabalhou para a família, a empregada percebeu tristeza no olhar da menina e lhe perguntou o motivo. A criança teria dito que estava com saudades da avó materna. No dia 19 de julho, numa segunda-feira, depois de folgar no domingo, a babá soube que a criança havia sido internada.
Depoimento deve ajudar peritos do IML
O depoimento será usado para ajudar os peritos do Instituto-Médico Legal (IML) na conclusão dos exames complementares sobre queimaduras nas nádegas de Joanna. As declarações comprovam que a menina sofria maus-tratos e estava fragilizada. Segundo o infectologista Edimilson Migowski, professor de infectologia pediátrica da UFRJ, uma criança com a imunidade baixa por estar com algum tipo de estresse, ao ter contato com o vírus do herpes, pode sofrer uma meningite, tendo seu sistema nervoso central afetado. Conforme O GLOBO noticiou segunda-feira, o IML já sabe que Joanna morreu vítima de uma meningite causada pelo vírus do herpes . Em nota, o instituto informou que o laudo não está pronto.
Joanna era alvo de uma disputa judicial entre os pais dela. Em julho, quando estava na casa do pai, a menina tinha acabado de ser afastada do convívio da mãe, Cristiane Cardoso Marcenal, por 90 dias, por decisão da juíza Cláudia Viera, juíza da 1 Vara de Família de Nova Iguaçu.
Ao sofrer uma crise e ser levada para o Hospital Rio-Mar, na Barra, Joanna ainda recebeu os primeiros socorros de um falso médico. Segundo Migowski, raros são os casos de meningite viral que causam morte.
Vera Araújo
O Globo
Que barbaridade meu Deus.
ResponderExcluirQue esse apodreçam na cadeia, e essa juiza como pode proibir a mãe de ver a filha por 90 dias?
Nunca uma mulher poderia fazer isso com uma mãe, eu concordo em falar que essa juiza foi quem entregou a menina para ser morta e ela deve ser punida, tomara que aconteça isso com um filho dela também.