Especialistas defendem acompanhamento escolar da família com diálogo e autonomia
Muito se fala da importância do acompanhamento dos pais na vida escolar dos filhos. Em um relatório divulgado este mês pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), mais uma vez foi ressaltada a necessidade do trabalho em parceria entre a escola e a família na educação de crianças e adolescentes.
Segundo o relatório, é preciso que a família transmita valores educacionais e comportamentais por meio de métodos específicos. Assim, se a meta é transmitir aos filhos a importância do bom desempenho escolar, é preciso acompanhá-los nas tarefas escolares em casa. Mas como participar, na prática, dos estudos dos filhos, principalmente dos jovens?
Em primeiro lugar, destaca Paulo Afonso Ronca, professor e especialista em educação do Instituto Esplan, é preciso ter uma relação afetiva e próxima com a escola do filho, conhecer e confiar nos profissionais, estar de acordo com os valores e método de ensino aplicado. Em segundo, diz ele, é necessário ajudar e dar autonomia ao estudante.
- Se o filho pede ajuda em três coisas, auxilie em duas, e deixe uma para ele resolver sozinho. Se pedir em duas, resolva apenas uma, e assim por diante. O aluno precisa saber que tem apoio em casa, mas também deve ser ensinado a se virar.
Para o professor Nélio Bizzo, da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo), é preciso encontrar o equilíbrio para que o acompanhamento funcione – não ser desinteressado e passar a responsabilidade da educação do filho à escola, mas também não ter uma relação burocrática com o filho, apenas de cobranças.
- Ser pai patrão é prejudicial; ser aquele pai que faz perguntas como alguém que espera o fracasso. Quando o menino apresenta uma nota baixa, ele [o pai] vem sempre com um: 'não te falei?'. A pergunta pode ser feita de duas maneiras, negativa ou positivamente. O importante é levar em conta o resultado dessa pergunta.
Conquistar essa relação de segurança de que os alunos tanto precisam em casa requer demonstrar interesse pelo que o filho faz na escola, afirma Bizzo. Reconhecer os avanços do aluno é essencial. Uma postura militar, de ordens apenas, prejudica, em vez de ajudar.
- O pai precisa conhecer a capacidade de seu filho. Às vezes, ele não tirou um 10, mas teve um avanço em determinada disciplina. Ele precisa saber que melhorou. Em uma fase conturbada e sensível a críticas, como a adolescência, isso é essencial.
As orientações do dia a dia não são as mesmas para todos, já que os jovens se desenvolvem de acordo com suas habilidades e dificuldades individuais. Mas ficar atento a alguns comportamentos ajuda a descobrir se os filhos vão bem ou não no colégio, diz Nelio Bizzo.
- Saber qual a importância que ele dá para o aprendizado e se gosta da escola é um deles. Perceber quais são suas atitudes diante dos problemas e seu desenvolvimento na escrita e leitura, por meio das lições de casa, também ajuda a conhecer o dia a dia do estudante.
Além disso, Ronca aponta o velho e bom diálogo como uma das medidas mais eficazes para qualquer situação. Conversar com representantes da escola, que conhecem de perto o aluno, e com o próprio adolescente, para que ele se sinta motivado a contar sobre suas conquistas, complementam as dicas.
- Perguntar [para o filho] como foi seu dia ainda ajuda a estar próximo e possibilita estudar com ele, se necessário.
Leia mais:
Ajudar na lição de casa não é fazer o dever pelo filho
Notas azuis pedem organização no quarto e na agenda
Camila de Oliveira
R7
Muito se fala da importância do acompanhamento dos pais na vida escolar dos filhos. Em um relatório divulgado este mês pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), mais uma vez foi ressaltada a necessidade do trabalho em parceria entre a escola e a família na educação de crianças e adolescentes.
Segundo o relatório, é preciso que a família transmita valores educacionais e comportamentais por meio de métodos específicos. Assim, se a meta é transmitir aos filhos a importância do bom desempenho escolar, é preciso acompanhá-los nas tarefas escolares em casa. Mas como participar, na prática, dos estudos dos filhos, principalmente dos jovens?
Em primeiro lugar, destaca Paulo Afonso Ronca, professor e especialista em educação do Instituto Esplan, é preciso ter uma relação afetiva e próxima com a escola do filho, conhecer e confiar nos profissionais, estar de acordo com os valores e método de ensino aplicado. Em segundo, diz ele, é necessário ajudar e dar autonomia ao estudante.
- Se o filho pede ajuda em três coisas, auxilie em duas, e deixe uma para ele resolver sozinho. Se pedir em duas, resolva apenas uma, e assim por diante. O aluno precisa saber que tem apoio em casa, mas também deve ser ensinado a se virar.
Para o professor Nélio Bizzo, da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo), é preciso encontrar o equilíbrio para que o acompanhamento funcione – não ser desinteressado e passar a responsabilidade da educação do filho à escola, mas também não ter uma relação burocrática com o filho, apenas de cobranças.
- Ser pai patrão é prejudicial; ser aquele pai que faz perguntas como alguém que espera o fracasso. Quando o menino apresenta uma nota baixa, ele [o pai] vem sempre com um: 'não te falei?'. A pergunta pode ser feita de duas maneiras, negativa ou positivamente. O importante é levar em conta o resultado dessa pergunta.
Conquistar essa relação de segurança de que os alunos tanto precisam em casa requer demonstrar interesse pelo que o filho faz na escola, afirma Bizzo. Reconhecer os avanços do aluno é essencial. Uma postura militar, de ordens apenas, prejudica, em vez de ajudar.
- O pai precisa conhecer a capacidade de seu filho. Às vezes, ele não tirou um 10, mas teve um avanço em determinada disciplina. Ele precisa saber que melhorou. Em uma fase conturbada e sensível a críticas, como a adolescência, isso é essencial.
As orientações do dia a dia não são as mesmas para todos, já que os jovens se desenvolvem de acordo com suas habilidades e dificuldades individuais. Mas ficar atento a alguns comportamentos ajuda a descobrir se os filhos vão bem ou não no colégio, diz Nelio Bizzo.
- Saber qual a importância que ele dá para o aprendizado e se gosta da escola é um deles. Perceber quais são suas atitudes diante dos problemas e seu desenvolvimento na escrita e leitura, por meio das lições de casa, também ajuda a conhecer o dia a dia do estudante.
Além disso, Ronca aponta o velho e bom diálogo como uma das medidas mais eficazes para qualquer situação. Conversar com representantes da escola, que conhecem de perto o aluno, e com o próprio adolescente, para que ele se sinta motivado a contar sobre suas conquistas, complementam as dicas.
- Perguntar [para o filho] como foi seu dia ainda ajuda a estar próximo e possibilita estudar com ele, se necessário.
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Camila de Oliveira
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