quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Advogados sob investigação


Ex-defensores do goleiro Bruno são acusados de atos que prejudicaram os réus

Rio - O juiz da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, Marco Couto, deu xeque-mate nos advogados que abandonaram o processo no qual o goleiro Bruno Souza e seu amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, são acusados de sequestro, cárcere privado e lesão corporal de Eliza Samudio, em outubro do ano passado.
O magistrado determinou que o Ministério Público (MP) investigue o advogado Márcio Carvalho de Sá pelo crime de sonegação de papel ou objeto probatório. A pena varia de seis meses a três anos de detenção e multa. Ele foi o responsável pela retirada do processo em 20 de outubro, quando tinha cinco dias para devolvê-lo, mas só o fez no dia 19. A retenção dos documentos foi considerada abusiva e a defesa dos réus não foi entregue.
Couto determinou ainda que Márcio e os advogados Ércio Quaresma, Claudinéia Carla Calabund e Antônio José da Silva Malhano respondam a processo administrativo disciplinar na Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Eles ainda serão obrigados a pagar multa de dez salários mínimos, o equivalente a R$ 5.100.

Sem defesa
Na decisão, o magistrado foi enfático: “Declaro indefesos os réus”. Couto destacou que o abandono do caso pelos advogados impediu que a sentença já tivesse sido concluída. E determinou que o processo está proibido de sair do cartório. Agora Bruno e Macarrão terão que constituir novos advogados. Caso contrário, serão assistidos pelo defensor público Cláudio Macarenhas, que atua na 1ª Vara Criminal, nomeado pelo juiz. Em Minas Gerais, Bruno, Macarrão e outros sete réus são acusados do desaparecimento do corpo e morte de Eliza.

Suspensão preventiva
Em Minas Gerais, o advogado Cláudio Dalledone Jr. substituiu Ércio Quaresma na defesa do goleiro Bruno. Quaresma responde a um procedimento disciplinar de suspensão preventiva, depois que O DIA divulgou uma entrevista na qual ele confessou ser usuário de crack. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Minas Gerais informou que o julgamento do ex-advogado de Bruno será dia 30.

Adriana Cruz


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