terça-feira, 23 de novembro de 2010

Mãe de criança autista que apanhou em clínica quebra silêncio e diz que tem pena da agressora



A mãe do menino de nove anos que era agredido em uma clínica para reabilitação localizada em Vitória resolveu quebrar o silêncio nesta segunda-feira (22). Em meio a lágrimas, ela disse que se sente agredida e enganada.
Imagens divulgadas pela Rede Vitória na última sexta-feira (19) mostraram que a criança, que é autista, era agredida com tapas, puxões de orelha e beliscões por uma auxiliar de reabilitação. O caso chocou a família. "Nenhuma mãe quer isso. Meu filho tem convulsões fortíssimas e isso é inadmissível", lamentou.
A mãe tomou conhecimento da agressão através da proprietária da clínica minutos antes de as imagens irem ao ar pela primeira vez. Em seguida, foi a vez da própria agressora ligar para a mãe. Ela disse que tudo não passava de um mal entendido e que o que ela veria nas imagens não passava de uma técnica corretiva. "Eu não estava pagando para o meu filho ter 'tacoterapia', mas terapia", acrescentou.
Apesar de a criança ser agitada e brincalhona, a mãe conta que há alguns meses tem percebido que o filho está assustado. Além disso, algumas marcas começaram a aparecer no corpo dele. Agora ela desconfia que tudo pode estar relacionado às agressões. "Quando alguma coisa cai no chão ele fica assustado. Às vezes, à noite, ele acorda assustado".
A família já contratou um advogado para estudar as medidas que serão tomadas.

O Caso
O local que deveria servir para que crianças recebam um tratamento especial virou palco de um caso absurdo de violência. O menino de apenas nove anos foi agredido dentro de uma clínica especializada localizada em um bairro de classe média de Vitória.
As imagens divulgadas pela Rede Vitória mostraram a criança presa a uma cadeira de contenção e agredida com tapas e puxões de orelha. Descontente com o comportamento do paciente, a auxiliar de reabilitação puxou a orelha da criança e empurrou a cabeça dela para trás. O menino chorou, mas isso não comoveu a mulher, que se sentou rindo.
A unidade onde tudo aconteceu é especializada no atendimento a crianças portadoras de necessidades especiais. A gravação foi mostrada para a delegada da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que ficou chocada com o que viu. As imagens darão início a um inquérito policial e a agressora responderá criminalmente.
A equipe de reportagem da TV Vitória também mostrou as imagens ao presidente do Conselho de Direitos Humanos do Espírito Santo, Bruno Toledo. Perplexo com as cenas, ele repudiou as atitudes da mulher e disse que o Conselho vai acionar o Ministério Público do Espírito Santo. "Na condição de presidente do Conselho de Direitos Humanos do Estado não me cabe outra atitude a não ser repudiar uma cena tão abjeta como essa. Não nos cabe outra reação. Imediatamente nós temos que notificar ao Ministério Público Estadual para que de alguma forma investigue se essa clínica pode continuar funcionando".
O administrador da clínica onde ocorreu a agressão afirmou que o local funciona há 33 anos e que nunca houve registro de caso parecido. Depois da divulgação do caso, a funcionária foi demitida por justa causa. O Conselho de Direitos Humanos defende uma punição mais rigorosa, inclusive para a clínica. "Nós precisamos saber qual a responsabilidade da direção e até que ponto ela foi omissa. É preciso mais, não basta punir a profissional", assegura Toledo.
A direção da clínica informou que está à disposição para prestar esclarecimentos à Justiça sobre as agressões ocorridas no interior do estabelecimento. O proprietário acrescenta que trabalha no ramo há mais de 30 anos e que desconhecia o comportamento da funcionária, por isso, ao saber do fato, demitiu a profissional por justa causa.

Folha Vitória

Um comentário:

  1. Gostaria de deixar o meu recado : Acho que a clínica do caso acontecido da criança agredida,não tem nada a ver com o acontecido. O problema é com a funcionária que no caso já foi mandada embora.Não podem fechar um lugar especializado de crianças especiais, hoje está faltando no mercado.
    Valéria

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