terça-feira, 23 de novembro de 2010

Vítima relata satisfação por sentença que condenou Roger Abdelmassih


Médico foi condenado a 278 anos de prisão por crimes sexuais.
A defesa dele diz que vai recorrer ao Tribunal de Justiça de SP.


Uma das supostas vítimas do médico Roger Abdelmassih disse nesta terça-feira (23) que sentiu satisfação ao ver a sentença que o condenou, também nesta terça, a 278 anos de prisão por crimes sexuais contra 39 pacientes. "A gente teve muito medo, foi uma batalha muito grande, encontramos muitas portas fechadas, mas a satisfação é tão grande de você ver o resultado da justiça, que vale a pena", afirmou.
Na sentença, inédita na história da justiça brasileira, a juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal de São Paulo, fez questão de resumir o drama de cada uma das vítimas. Em 195 páginas, ela escreve. "Agora não se fala mais em indícios, mas de certeza. Está comprovado que o réu está a delinquir de longa data, de forma reiterada, enfrentando as vítimas, com menoscabo à justiça, assumindo posição de superioridade, de ser inatingível."
Para o Ministério Público, a justiça foi feita, mas pela metade. "É importante que essa justiça se perfaça por completo com o sentenciado agora cumprindo, resgatando por conta dos seus atos, aquilo que ele cometeu", disse o promotor Luiz Henrique Dal Pozo.
Para o advogado de defesa, o recurso ao Tribunal de Justiça de São Paulo vai possibilitar reformar a decisão de primeira instância. "É lógico que eu não recebo essa sentença com alegria, mas tenho a confiança que o Tribunal de Justiça irá reformá-la no momento adequado do julgamento do recurso", disse José Luís de Oliveira Lima.
Em 2009, o médico foi preso na clínica dele, na época uma das mais famosas do Brasil, e ficou quatro meses na cadeia. Foi libertado na véspera do natal passado, pelo ex presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que atendeu a um pedido do advogado Márcio Thomaz Bastos.
Quando saiu da prisão, Abdelmassih respondia a 51 processos éticos no Conselho Regional de Medicina, que acabou cassando o registro profissional dele.
Impedido de exercer a medicina, Abdelmassih vendeu a clínica. Durante o processo, ele ficou viúvo e se casou de novo.
O processo contra Abdelmassih tem quase 12 mil páginas, foram ouvidas mais de 200 pessoas, entre elas, testemunhas de defesa, especialistas e 39 vítimas.
Abdelmassih alegou inocência, disse que apenas beijava carinhosamente as pacientes , que, segundo ele, podem ter sofrido alucinações por causa de um anestésico, mas a Justiça deu razão às vitimas.


G1

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