quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Dez pessoas morrem durante operações da Polícia Militar no Rio



Desde domingo, Disque-Denúncia recebeu 95 ligações sobre ataques.
Operações aconteceram na manhã desta quarta (24), após novos ataques.

Operações policiais são realizadas no Rio e na Baixada Fluminense, nesta quarta-feira (24), com o objetivo de buscar suspeitos envolvidos nos ataques que ocorreram desde domingo (21). Segundo balanço da polícia, dez pessoas morreram durante as ações e um policial foi baleado. Foram registrados 15 ataques desde a noite de terça-feira (23) até a manhã desta quarta. Cinco ônibus, 12 carros e uma van foram incendidados.
Imagens feitas pelo Globocop no início da tarde desta quarta-feira mostram homens fortemente armados se reunindo em um dos acesso à Vila Cruzeiro, na Penha, subúrbio do Rio. Eles chegam ao local em grupos, em motos, armados com fuzis e apontam os fuzis para o alto. Tiros chegaram a ser disparados. Após imagens veiculadas, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) deu início a uma operação no local.
Segundo a PM, na comunidade de Guaxá, área do batalhão de Belford Roxo, três pessoas foram mortas. Lá, foram apreendidos um fuzil, uma espingarda e uma pistola. Em Jardim Floresta, na mesma área, quatro pessoas morreram e quatro armas foram apreendidas.
Na comunidade do Faz Quem Quer, área do batalhão de Rocha Miranda, outras três pessoas morreram. Duas pistolas e um revólver foram apreendidos.
Na Vila Kennedy, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, a Polícia Militar prendeu um homem de 23 anos, que portava duas bombas caseiras, uma granada e gasolina. O suspeito foi encaminhado para a 34° DP (Bangu). Nesta ação, uma moto roubada foi recuperada.

Suspeito preso
Policiais civis da Divisão de Homicídios (DH) prenderam em flagrante, na manhã desta quarta-feira, um suspeito de ter incendiado um ônibus na Avenida Vicente de Carvalho, no subúrbio do Rio.
Segundo os agentes, o suspeito, que seria morador do conjunto de favelas do Alemão, disse que estava acompanhado de dois menores. A DH participava de uma investigação, quando avistou os suspeitos correndo por um dos acessos ao Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, próximo do local onde o ônibus foi incendiado. Os menores conseguiram fugir.

Disque-denúncia recebeu 95 ligações
Desde o início da nova onda de ataques ocorridos na cidade – com carros e ônibus incendiados e cabines de PM baleadas – o Disque-Denúncia, até a manhã desta quarta-feira, recebeu 95 ligações com informações sobre supostos responsáveis pelos crimes. De acordo com o serviço, as denúncias começaram a ser feitas no último sábado (20).
As informações estão sendo filtradas e repassadas à polícia. O serviço não está oferecendo qualquer recompensa pelas informações.

Tiroteios em favelas do subúrbio
Uma série de tiroteios em favelas do subúrbio do Rio deixa os moradores e comerciantes em pânico, na manhã desta quarta-feira. De acordo com informações da polícia, a PM faz operações no Morro da Fé, no conjunto de favelas da Penha, e no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho. Os tiroteios são intensos, mas não há informações sobre feridos ou sobre apreensões.
Comerciantes da Avenida Vicente de Carvalho, nas imediações do Morro da Fé, na Penha, fecharam as portas e motoristas evitam passar pela região. Um ônibus foi incendiado próximo à estação do metrô.

Operações
Policiais civis retornaram à favela de Manguinhos, no subúrbio, na manhã desta quarta-feira, onde realizam uma operação atrás de suspeitos de terem participado dos ataques. Houve troca de tiros na chegada da polícia, mas não há informações sobre feridos.
De acordo com a assessoria da PM, o comandante-geral Mário Sérgio Duarte e toda a corporação estão de prontidão para o combate às ações criminosas. Com isso, todos os policiais que estão de folga estão sendo convocados para trabalhar. Além disso, está em andamento a operação Fecha Quartel, na qual os policiais que fazem serviços burocráticos são designados para auxiliar no patrulhamento nas ruas.

Dois veículos incendiados em Santa Cruz
Bombeiros do quartel de Santa Cruz foram acionados na manhã desta quarta-feira para conter um incêndio num ônibus na Rua Felipe Cardoso, próximo do conjunto Cesarão, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.
Logo em seguida, foram chamados também para conter o fogo que atinge uma van na Estrada Urucânia, no mesmo bairro. Bombeiros dizem que ainda não sabem se os incêndios foram provocados por criminosos. Também não há informações sobre feridos.

PM de prontidão
Após 15 ataques entre a noite de terça-feira e a madrugada desta quarta-feira, a Polícia Militar informou que todo seu contingente está de prontidão. Segundo o relações públicas da PM, coronel Lima Castro, todos os policiais militares foram convocados e o expediente não tem horário de término.
“Toda a Polícia Militar está de prontidão. O esquema anterior era de redução de folgas, mas nesse momento todos os policiais que estavam em casa foram convocados e o expediente não tem hora para acabar”, informou o coronel.
A Polícia Militar do Rio afirmou nesta manhã que a estratégia traçada inicialmente pelos órgãos de segurança pública não falhou. “Fizemos uma reunião no Quartel General, quando foram dadas novas ordens, mas a participação da comunidade é fundamental. Estamos trabalhando em cima de denúncias e checando informações. As tropas continuam nas ruas e daremos seqüência ao trabalho hoje. Vai ser feito uma reunião para que se verifique se os horários tem que ser trocados, policiais remanejados e definir esses locais. Já temos alguma coisa preparada desde ontem”, disse Lima Castro.

Cronologia dos ataques
Nesta quarta-feira, nova onda de ataques assusta os moradores. Um ônibus foi queimado em Vicente de Carvalho e um carro foi incendiado nem Cavalcanti, ambas subúrbio, e um ônibus e uma van também ficaram em chamas em dois pontos distintos de Santa Cruz, na Zona Oeste, onde a polícia ainda invetsiga se o incêndio tem relação com os ataques.
Os novos ataques aconteceram em diferentes pontos do estado. Segundo a PM, os crimes aconteceram na Dutra; no Rio Comprido, na Zona Norte; no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste; em Belford Roxo e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense; e em São Gonçalo e Niterói, na Região Metropolitana.
Desde domingo, três cabines da Polícia Militar foram baleadas e aconteceram, no total, 22 ataques, com 23 veículos incendiados, sendo 15 nas últimas 24 horas. Outros dois veículos encontrados em chamas ainda têm o incêndio investigado para verificar se há relação com os ataques. Os locais alvos de violência foram a Linha Vermelha, a Via Dutra, Irajá e Del Castilho, no subúrbio; Tijuca e Estácio, na Zona Norte; Laranjeiras e Lagoa, na Zona Sul.


G1

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