quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Promotor quer levar Bruno a júri popular


Pronunciamento de 8 dos 9 acusados da morte de Eliza foi sustentado em quebra de sigilo telefônico e testemunhos

O Ministério Público sustentou que são “robustas” as provas que levaram ao pronunciamento de oito dos nove réus pelo desaparecimento e suposto assassinato de Eliza Samudio. Os defensores dos acusados têm até amanhã para enviar à Justiça mineira as justificativas para tentar inocentar seus clientes do envolvimento nos crimes. Relatório de alegações finais do MP, entregue na sexta-feira pelo promotor de Justiça Gustavo Fantini de Castro à juíza Marixa Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem, na Grande Belo Horizonte, requer que oito dos nove indiciados sejam levados a júri popular. Foram retiradas as denúncias sobre o motorista Flávio Caetano de Araújo, em liberdade desde sábado, por avaliar que não havia provas suficientes para incriminá-lo.
Nas alegações finais, cuja base foram os depoimentos dos acusados e a quebra de seus sigilos telefônicos, a promotoria considerou o ex-goleiro Bruno Fernandes, amante de Eliza, como o mentor e coordenador dos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. “Todos obedeciam às ordens de Bruno. A afirmação de que ele não sabia que Eliza seria morta chega a ser pueril. Há provas mais que suficientes para a pronúncia e posterior condenação”, argumenta Fantini, que atribui a Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, a coautoria dos crimes. Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, Fernanda Gomes de Castro, Sérgio Rosa Sales, Elenilson Vítor da Silva e Wemerson Marques de Souza também foram pronunciados pela prática dos mesmos delitos.
Já Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi pronunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, sendo considerado o autor imediato do assassinato de Eliza. Já Flávio, depois de mais de quatro meses, teve a prisão preventiva revogada e pôde sair, sábado, da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem.
Mas o advogado criminalista e professor de direito de processo penal do Centro Universitário UNA Frederico Horta ressalta que quem decide de fato quais acusados vão ao Tribunal do Júri é a juíza, ainda que “o juiz geralmente acolha o pedido do promotor”. Esse resultado será conhecido no dia 10, quando a juíza Marixa Ribeiro vai dar a sentença de pronúncia, informando quais vão a júri popular, que trata apenas de casos dolosos contra a vida.
O advogado do réu, Antônio da Costa Rolim, está confiante no afastamento de Flávio do caso. “Acredito com certeza que ele não irá a júri. Seria um contrassenso a juíza revogar a prisão preventiva e depois pronunciá-lo. Em minha estratégia de defesa, eu concordo com a tese do Ministério Público de que não há provas contra Flávio”, afirma Rolim. O defensor de Sérgio, Marco Antônio Siqueira, acredita que o pronunciamento do promotor ajudou a defesa do acusado. “Achei que fomos favorecidos, porque a pronúncia se baseia em depoimentos como o do menor, que já está desmoralizado. Nossa tese caminha no sentido de que Sérgio não é acusado, mas mera testemunha do crime”, afirma. Procurado pelo Estado de Minas, o advogado do goleiro Bruno, Cláudio Daledonne Junior, informou por meio da assessoria de imprensa, que está trabalhando nas alegações finais e, por enquanto, não comentaria o assunto.


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