O padre João Bosco Frade, 65 anos, condenado por abuso sexual contra crianças no Espírito Santo, foi preso nesta sexta-feira (28) em Belo Horizonte. Após uma denúncia anônima, policiais cumpriram um mandado de prisão contra o pároco. De acordo com a Polícia Militar mineira, o padre é de Abre Campo (MG). Ele moraria na Casa Religiosa São Pedro, na região centro-sul de Belo Horizonte, há cerca de cinco anos.
O pároco foi condenado em 2006 pela Justiça capixaba e teve o mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo somente em 2010. De acordo com a Arquidiocese de Belo Horizonte, o padre é diocesano, o que significa que ele não pertence a ordem nenhuma. A Cúria acredita que o crime do qual o padre é acusado teria acontecido antes de 2000.
Em Belo Horizonte, voltando do Espírito Santo, ele não teria trabalhado como padre. Em abril deste ano, a arquidiocese suspendeu as ordens do pároco depois que recebeu uma notificação da Justiça sobre o processo de abuso sexual.
Abuso
João Bosco Frade, segundo denúncia que resultou em sua condenação à prisão, ouviu três meninas de 12 anos de idade, em confissão para a Primeira Comunhão, no Centro de Treinamento da Paróquia de São Pedro, em Jacaraípe, na Serra, em 2000, quando tudo aconteceu.
As garotas relataram que, entre as perguntas que o religioso lhes fez, estavam: "Você já tem peitinho?"; "Você já tem cabelinho lá?"; "Você já beijou na boca de língua?". Uma delas, hoje com 20 anos, diz que o padre a tocou para constatar se ela "já tinha carocinho". Outra teria baixado a calcinha porque ele queria ver seus pelos pubianos. A terceira não aceitou fazer o mesmo, saiu da sala, e foi aí que o caso fugiu do segredo de confissão.
Marcas
"Um outro padre, que estava no centro paroquial, pediu que a gente não contasse o que havia acontecido para ninguém"
"Quando o padre João Bosco me perguntou se eu já tinha peitinho, falei que estava começando a crescer. Aí ele pediu para ver e passou a mão. Eu era uma criança, achei que ele fizesse isso com outras meninas, que era normal"
"Não tenho mais confiança, não vejo mais nenhum padre como santo, puro. Tenho um irmão pequeno, e quando o padre lá da comunidade o abraça eu não gosto"
"Em relação aos homens, tornei-me insegura. Por isso ainda me submeto
à psicoterapia"
C. 20 anos, uma das três meninas que foram alvo de abuso do padre João Bosco Frade, em 2000
(Com informações do Globominas.com)
Gazeta Online
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